TRAJETÓRIA DE UM TROVADOR BRASILEIRO
Era uma vez um trovador que morava numa cidade grande, mas poderia ser pequena também. Publicara livros, mas só os mais íntimos chegaram a eles. Nem sabia que existia a Trova de rima dupla, pois só compunha as de rimas simples, embora fossem trovas também. Tampouco sabia direito a definição de Trova. Mas fazia trovas. Não sabia que se faziam concursos de trovas, que existiam trovadores pelo mundo inteiro, que havia encontro de trovadores, congressos de trovadores, oficinas de Trovas. Jogos Florais? Nem por sonho. Até que alguém lhe falou que existia, no Brasil, uma entidade que congregava em seu seio os poetas cultores da Trova, ou seja, os trovadores: a União Brasileira de Trovadores. E na sua cidade tinha uma representação da entidade. Procurou seus dirigentes e passou a freqüentá-la. Começou a participar de concursos, classificando-se em alguns. Frequentou oficinas, e ficou sabendo de coisas em torno da Trova, que nunca imaginara. Passou a corresponder-se com trovadores de outras cidades, umas próximas, outras distantes. Mandava suas trovas, agora em rima dupla, e passou a vê-las publica das e republicadas em boletins, jornais, programas de rádio e revistas que nem conhecia. Passou até a ganhar concursos. De repente viu-se em plenos Jogos Florais, conheceu de perto muitos trovadores quem se correspondia, apertou-lhes a mão, deu e ganhou livros, trocou idéias, enriqueceu. De uma hora para outra ficou conhecido em todo o país e no mundo da Trova.
A conclusão é do leitor. Ponto final. Dia 18 é o Dia do Trovador, que também não existia e está aí por causa da União Brasileira de Trovadores.
FLÁVIO ROBERTO STEFANI
Presidente da UBT Estado do Rio Grande do Sul e da UBT Porto Alegre