GÊ MORAES, Mogi das Cruzes.
A minha paixão é tanta,
que estou pensando em roubar,
lá do altar, aquela santa
e pôr você no lugar.
Agora, já não me iludo,
sei a razão e o porquê
de nada ter e ter tudo,
pois o meu tudo é você.
Certa vez, em certo olhar,
pude ver áureas estrelas,
desde então vivo a pensar
o que fazer para tê-las.
A Dadá de Frederico,
beija a todos quantos vê,
fecho os olhos, faço bico,
mas beijo que é bom... cadê?
A mulher de Zé da Fé
diz que meu rosto é feioso,
mas não larga do meu pé
pois o restante é gostoso.
Eu tenho um amigo feio,
mais parece um moribundo;
ele não sabe a que veio,
está perdido no mundo.
Amores da mocidade,
todos curti, numa boa,
do rei que fui, que saudade,
só me restou a coroa.
A mulher é flor-do-amor
é menina-bem-me-quer,
é mulher-menina-flor,
é flor... menina e... mulher.
Duas irmãs, duas primas
bonitas a toda prova,
elas são as quatro rimas
que embelezam minha trova.
O tempo, agindo na gente,
de forma tão desumana,
é como engenho inclemente
que esgota a seiva da cana.