HUMBERTO LYRIO da Silva, filho de Aphrodísio Aloysio da Silva e Ormesinda Corrêa Lyrio da Silva nasceu em Corumbá, Mato Grosso do Sul, em 29 de novembro de 1918. Desde cedo passou a residir na Bahia. Engenheiro, jornalista, ocupou inúmeros cargos em diversos órgãos. Autor de vários livros.
Fim de tarde. Sol abstrato.
Silêncio em torno da herdade.
A sala. O velho. Um retrato.
O piano antigo. - Saudade!
Nos humanos não confio,
pois, mesmo em sonho, o homem peca! (Menção Honrosa em Niterói - 1975)
Fiel é leito de rio:
se o rio foge... ele seca!
Disse-me em tom confidente,
um sábio, vergado aos anos:
- "Não convém olhar de frente (2º lugar em São Bernardo do Campo/SP - 1979)
nem o sol... nem os tiranos..."
Cruz solitária, de estrada,
que o retirante deixou!
- És a flor abandonada
que a saudade perfumou.
Versos que faço presentes
para iludir meu tormento,
são como estrelas cadentes:
não brilham mais que um momento.
Tem dimensões a saudade,
tão grandes, que desafio
medi-la, alguém, na orfandade
ou ante um berço vazio.
Em cauda de lagartixa
está a lealdade que louvo: (7º lugar em Bandeirantes/PR - 1978)
- Se puxada, não espicha;
cortada, nasce de novo!
TROVAS DE BOM HUMOR:
Mulher que, a homem vizinho,
contra o marido protesta,
quando nova - quer carinho;
mas, quando velha, - não presta!
Louvo só o que se ajusta
como atela na moldura:
imposto que ao povo assusta
não é imposto: é impostura.
Comprou casa o Zeferino,
porém, foi curta a ventura:
o imposto fê-lo inquilino
de usurária Prefeitura.
Caixa Econômica... - Empréstimos,
hipotecas ou penhor,
melhor viver sem seus préstimos
que morrer de seu favor.
Provérbio que se avizinha
da vida de muita gente:
"Pobre, se come galinha,
um dos dois está doente".