JERÔNIMO GUIMARÃES foi um cigano brasileiro que viveu no Rio de Janeiro, tendo falecido em 06 de outubro de 1897. Esta sua primeira trova é bastante controversa. Há quem atribua sua autoria a outros autores mas, como diz Luiz Otávio, em nota explicativa de seu livro "Meus Irmãos, os Trovadores": " a menos que me provem que essa trova foi escrita antes de 1885, sua autoria é mesmo de Jerônimo Guimarães". Notem que as trovas eram, ainda, feitas com rimas simples.
Até nas flores se encontra
a diferença da sorte:
- Umas enfeitam a vida,
outras enfeitam a morte...
Ah! nem sempre denunciam
os nossos risos venturas.
Há também flores viçosas
guarnecendo sepulturas.
Oh! por que corpos unidos,
por natureza e por sorte,
vivendo da mesma vida,
não morrem da mesma morte?!
Depois de Deus, eu só creio
em um poder grande e forte:
- este poder que se impõe
de nossa boa ou má sorte.
O pranto que por ti verto,
querida, só terá fim,
quando a morte um outro túmulo
junto ao teu abrir pra mim.
Sob a aparência do gozo,
quantos desgostos se ocultam!
Quantos não são os que riem
e na alma penas sepultam.