JOÃO PAULO OUVERNEY
Nascido em Santo Antonio do Pinhal a 23 de julho de 1951, filho de Gumercindo Nicolao Ouverney e Antonia Mª de Jesus Ouverney. Jornalista, por 18 anos ocupou cargos de confiança na Prefeitura de Pinda. Um dos fundadores da União Brasileira de Trovadores, seção de Pindamonhangaba e seu vice-presidente, desde sua fundação, em 1992. Um dos mais premiados trovadores do Vale do Paraiba.
HUMORÍSTICAS
Desespero mais certeiro,
nesse mundo errado e torto, (1º lugar em Nova Friburgo - 2010)
é o coitado do coveiro
não ter onde cair morto!
- Eu preciso ir ao velório
da minha sogra, patrão!. (Venc. Bandeirantes 2008- )
- Primeiro o trabalho, Honório,
e depois... a diversão!
Fala tanto nome feio
a minha sogra insolente...
Minha sorte é que ela veio (6º lugar MARANGUAPE 2008)
com uma boca somente!
"Paga mico" o jardineiro
que vive galhos podando,
e em sua casa, o leiteiro (1º lugar Magé 2008)
outros "galhos" lhe plantando...
Sou carro velho, cansado...
A vela, a faísca nega...
Às vezes, mesmo empurrado (Vencedora Curitiba - 2008)
só “pipoca”... mas não pega!
Que otário! Jamais saiu
de casa durante a vida, (M. Especial Nova Friburgo - 2004)
porque sempre residiu
em um beco sem saída!
Triste drama está vivendo
dia-a-dia o Ricardinho,
ao ver, no “filho” crescendo, (Vencedora Taubaté - 2003)
a cara... do seu vizinho!
Sem sapato... madrugada... (Vencedora em Peruíbe - 1999)
Ao entrar, pé, ante pé,
fui – que ironia danada –
traído pelo... chulé!
Homem de idade, casado
com moça, ardorosa amante, (Vencedora em Peruíbe - 1998)
me lembra um pires gelado
e a xícara esfumaçante...
Não basta o grilo gaiato
com quem toda noite eu brigo (M. Especial em Belém - 1996)
e a sogra, ajudando o chato,
resolveu morar comigo!
Na Companhia Blindada (2º lugar Sete Lagoas, 1995)
causou riso de montão
o general-de-brigada
ser marido de um "canhão"...
Uma artista, a Dorotéia,. (M. Especial Cornélio Procópio 1995)
com um palhaço casou;
mas que castigo: na "estreia"
o "circo" não levantou...p>Veja um bom jogo, sugiro,
seja no campo ou na estrada. (Menção Especial Sete Lagoas - 1993)
Mas cá entre nós: eu prefiro
mais é uma “boa” pelada...
Na vida, irônico jogo
que um bravo bombeiro arrasa (2º lugar São Lourenço, 1992)
é não apagar o "fogo"
da mulher que tem em casa...
LÍRICAS E FILOSÓFICAS
A vida é um cinema infindo
onde, entre dor e alegria, (Vencedora em Taubaté, 2010)
mocidade é um filme lindo
que esteve em cartaz um dia!
A vida é um trem nos levando
com destino à eternidade,
que segue, sacolejando,
pelos trilhos da saudade...
Um coração solitário,
sem amor,sem ter um bem, (Vencedora em Pinda, 2010)
é um quarto sem mobiliário,
casa onde mora ninguém...
Quem não fez da sua vida
tributo à vida de alguém, (M. Honrosa Pinda, 2010)
teve a vida mal vivida,
viveu...mas não foi ninguém!
A tristeza só se instala (Vencedora em Pinda, 2009)
no quarto do coração,
quando a voz do amor se cala
e quem fala é a solidão!
Tristeza é sentir saudade
do amor, dos beijos e abraços, (M. Honrosa em Pinda - 2009)
que hoje tem continuidade
na alegria de outros braços !
O tropeiro, em árdua lida,
tendo o céu por proteção,
transportou progresso e vida (Vencedor Taubaté 11.10.08)
por toda a nossa nação!
Fraternidade é guarida
aos excluídos da sorte;
leva o amor onde haja vida, (MH Conc. Rosacruz 2008)
leva vida onde haja morte...
Mais terrível que um canhão
que deixa escombros tristonhos, (Vencedora em Pinda - 2008)
o míssil da sedução
produz ruínas de sonhos...
Poeta, és velho coreto
onde, na noite estrelada, (4º lugar Caicó/RN - 2008)
teus sonhos fazem dueto
com a voz da madrugada...
És, neste museu de sonhos
que a vida me transformou, (Menção Honrosa Natal - 2007)
um dos quadros mais risonhos
que a mão do tempo pintou...
Somente o júri divino
pode, na força que encerra, (Menção Honrosa Natal - 2007)
julgar o filho assassino
no matricídio da Terra!
Xeretear nossos passados,
remexer cinzas da idade, (Menção Honrosa Pedralva - 2007)
cavar sonhos sepultados...
... isso se chama SAUDADE!
De toda mulher emana
o encanto que me fascina: (12º lugar Caicó, 2007)
- A metade que é humana
e a metade que é divina!
Se o orgulho humano se mede (M. Especial Belo Horizonte - 2007)
por luzes, aplausos, palmas,
carisma é a luz que procede
da usina das grandes almas!
No fórum do coração,
na audiência do sem-lar, (Vencedora em Pinda - 2006)
a dor da perda é pensão
que a vida nos faz pagar...
Na vida que a gente monta,
tantos sonhos cavalguei, (M. Honrosa em Pinda - 2006 "Perda")
que até já perdi a conta
das vezes que o chão beijei!
Não ter saudade... é profano,
mas senti ao vê-la, creia: (M. Especial em Pinda - 2006 "Perda")
- Não perdi meu oceano,
mas somente... um grão de areia!
Se o vendaval da paixão
causa estragos, é verdade (Vencedora Taubaté - 2006)
que depois, no coração,
sopra a brisa da saudade...
O passado é uma vertente (Vencedora em Pinda - 2005)
que em sutil habilidade
torna-se o rio imponente
formando o mar da saudade!
A vida que nós levamos
não é vida... na verdade, (M. Honrosa em Pinda - 2005)
é ponte na qual cruzamos
o rio da eternidade!
Sejam na vida insistentes,
mesmo com tantos pesares: (M. Especial em Pinda - 2005)
as pequeninas vertentes
viram rios, formam mares...
São as chuvas, na impiedade (Vencedora em Pinda - 2004)
da natureza agredida,
as lágrimas de orfandade
nos olhos tristes da vida!!!
É tão sábia a natureza
que consegue introduzir (M. Honrosa em Pinda - 2004)
encanto, charme e beleza
num vulcão pronto a explodir...
Natureza, em teus mistérios,
prezas tanto as nossas dores, (M. Especial em Pinda - 2004)
que até mesmo os cemitérios
enfeitas todos de flores!!!
Se na vida algo lhe falta,
lembra o saci, persistente, (Vencedora Manhumirim/MG - 2004 "Folclore")
que alegre, na vida salta,
tendo uma perna somente.
Minha alma tem sons rangentes (M. Especial Pouso Alegre - 2004)
qual castelos assombrados,
por onde arrastam correntes,
sem paz, meus “sonhos penados”...
Escarpada serra é a vida,
e as montanhas são degraus (M. Honrosa Jambeiro - 2004)
por onde os bons - na subida -
encontram - descendo - os maus...
Nosso amor... realidade
de um passado tão bonito, (Vencedora em Pinda - 2003)
hoje é grito de saudade
ecoando no infinito!
É madrugada, e na paz
que reina sobre a cidade, (M. Honrosa em Pinda - 2003 "Grito")
a voz do silêncio traz
seu nome a gritar "saudade"...
O tédio desfaz a mala,
se aloja no coração,
quando a voz do amor se cala (Menção Honrosa Intersedes - 2003)
e quem fala é a solidão...
São as estrelas cadentes,
com seu rastro tão bonito, (M. Especial Amparo - 2003)
diamantes reluzentes
no garimpo do infinito...
No rodeio desta vida
tanto tombo já levei,
que faz tempo, alma ferida, (Vencedora Jambeiro/SP - 2003)
nenhum sonho mais montei!
Chora o homem do sertão
na esperança que ele encerra, (M. Honrosa Taubaté - 2002)
que o rio do coração
vire mar, inunde a terra!
Os instantes de saudade (Vencedora em Pinda - 2002)
são, em nosso ir e vir,
pedaços de eternidade
que o tempo deixou cair...
Cada esperança perdida
na Estrada da Eternidade, (M. Especial em Pinda - 2002)
é tributo pago à vida
no Pedágio da Saudade!
Saudade é imenso navio
no mar de minha existência, (Vencedora em Pinda - 2001)
a navegar no vazio
deixado por sua ausência...
Ontem... A praça espalhando (Vencedora Jambeiro/SP - 2001)
pólens de amores na Terra:
hoje... o homem transformando
o mundo em praça... de guerra.
És, saudade, realmente,
artesã que em hábil lida, (Vencedora em Pinda - 2000)
encaderna, no presente,
páginas soltas da vida...
No "micro"do teu presente
sou arquivo deletado,
jogado, impiedosamente, (M. Honrosa em Pinda - 2000)
na "lixeira"do passado...
Você, que foi sol ardente
nas tardes do meu Verão, (M. Honrosa Guaxupé - 2000)
hoje é uma vela, somente,
nas noites de solidão...
Muitas palavras busquei
que rimassem com “amor”, (1º lugar: Petrópolis 1999)
e a mais bonita que achei
foi uma só... “Professor”!
De tanta ilusão, mentira, (Vencedora em Pinda - 1999)
que a vida me ofereceu,
creio - ainda que me fira
que a maior delas... sou eu!
O diabo fez, com vaidade,
a mentira... Eis que, porém, (M. Especial em Pinda - 1999)
Deus criou, logo, a verdade,
com sete letras também!
Deu-me o destino malvado
a angústia maior, eu creio, (M. Especial em Peruíbe - 1999)
de ter, na vida sonhado,
um sonho que nunca veio!
Neste mundo de plebeus
sem gestos nobres, pensei:
- Quanta saudade, meu Deus, (Vencedora no Clube Português/SP - 1999)
do berço onde eu era o rei...
Discórdia é dia cinzento
que, no céu do coração,
não deixa, em nenhum momento, (Vencedora em Pinda - 1998)
passar o sol da razão...
Seu rosto esquecido, creia,
no tempo, em tantas andanças, (Museu Padre Anchieta/SP - 1998)
hoje é só um grão de areia
no mar de minhas lembranças!
Carinho é ramal, talvez,
que o Divino Construtor (M. Honrosa em Peruíbe - 1998)
pôs no projeto que fez
da Ferrovia do Amor!
Cometa Halley”! chamei
minha musa mais querida,
pois só uma vez a encontrei (5º lugar Juiz de Fora - 1997)
nas noites de minha vida...
Pelo nome eu a chamei
no início... Felicidade! (Mençao Especial Juiz de Fora - 1997)
Mas da musa hoje eu só sei
o sobrenome... Saudade!
Na vida, uma longa estrada (Vencedora em Pinda - 1996)
que conduz à eternidade,
o tempo é ponte assentada
nos pilares da saudade.
Em pouco tempo gastamos
todo o amor.. culpa dos dois,
se, afobados, não guardamos (M. Especial em Pinda - 1996)
nenhum amor pra depois!
Do reino da mocidade
só restam hoje, tristonhos, (Vencedora em Niterói - 1996)
pedaços de eternidade
nas ruínas dos meus sonhos...
O tempo é tipografia
onde, em letras de saudade, (M. Especial Cornélio Procópio - 1996)
Deus imprime, a cada dia,
o livro da eternidade...
A onda brava, agitando
o barco, com desconforto, (Vencedora Elos Club/SP - 1995)
é a mão do mar acenando
para os que ficam no porto!
Anchieta, ouve os que gritam (Museu Padre Anchieta/SP - 1995)
e converte, como Saulo,
os “gentios” que hoje habitam
a grande selva... São Paulo!
Olho para o céu, e ao vê-las, (Menção Honrosa Porto Alegre - 1995)
num cenário tão bonito,
aplaudo milhões de estrelas
no cinema do Infinito!
De que adiantou, coração, (Vencedora em Pinda - 1994)
buscares a liberdade,
se hoje vives na prisão
bem mais cruel da saudade?
No rodeio da ilusão
o meu sonho, em liberdade, (M. Honrosa em Pinda - 1994)
vai cavalgando o alazão
indomável da saudade...
Ó lua, felicidade
tens tu, que de léu em léu, (M. Especial em Pinda - 1994)
passeias em liberdade
pela avenida do céu!
Lua cheia, desfilando
lá no alto - eu penso atento – (Menção Especial Amparo - 1994)
é uma pérola brilhando
no brinco do firmamento!
Se os olhos são, na verdade,
de nossas almas janelas,
meu Deus, quanta falsidade (Menção Especial Belém - 1994)
olhando de dentro delas!
A saudade, triste fado
do meu coração descrente, (Menção Especial Belém - 1994)
é janela do passado
aberta no meu presente!
Meu coração tem, no fundo (Menção Especial Bandeirantes - 1993)
um contraste tão perfeito:
vive apanhando do mundo
mas batendo ... no meu peito!
Bem pior que a escuridão (M. Honrosa Amparo - 1992)
que inicia ao entardecer,
são as trevas da razão
sobre a noite do saber...
A Natureza... Que escola!
Sempre nos deixa encantados... (Vencedora Clube Pinheiros/SP - 1992)
Faz um mundo que é uma “bola’
para um bando de ‘quadrados’...
Se o meu coração chorasse
toda a amargura que encerra, (14º lugar na A.B.T. - 1992)
talvez então provocasse
novo dilúvio na Terra...
Buscai refúgio e energias
na usina do amor profundo,
para dar calor aos dias
e luz às noites do mundo...
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