Dra. Linda Brandão Dias nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 15 de março de 1951. Profissionalmente, com inúmeras formações. Pedagogia foi uma delas. Culminando como Juíza do Trabalho, laureadíssima. Atualmente em Volta Redonda.
Matando a fé que eu reparto
com a dor que dilacera,
o antigo espelho em meu quarto
me mostra as rugas da espera!...
Mesmo gastos e apagados,
mantenho à luz da quimera,
meus sonhos empoeirados
no velho sótão da espera...
Sempre que sofres, conquistas (Menção Honrosa UBT Rio de Janeiro - 1986)
o bem que as dores geraram:
muitas coisas só são vistas
por olhos que já choraram!...
Teimoso, desde menino,
nas escarpas que transponho,
vou escalando o destino
para alcançar o meu sonho...
Neste meu sonho-miragem,
que a saudade transfigura,
meu destino é uma paisagem
que a tua ausência emoldura...
Não maldigo, em meu caminho,
a dor que insiste, teimosa,
pois, no destino do espinho,
há sempre o embrião da rosa...
Jamais provém do divino
a razão das nossas dores,
pois do texto do destino
nós sempre somos autores...
Pelas páginas da vida
transbordou tanto desgosto,
que a tua ausência sofrida
foi impressa... no meu rosto...
Põe-se o Sol, clara poesia...
morre ao longe... de mansinho...
qual a página do dia,
virando... devagarinho...
O amor é força tão nobre
que, invadindo um sonho belo,
põe, no casebre mais pobre,
qualquer coisa de castelo!...
Nossa morte principia
quando a angústia vem rondar,
e a gente por covardia
não mais se atreve a sonhar...
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Fica um tumulto geral
se passa a mulher do Tércio:
- seu marido é que é fiscal
e ela é quem "fecha o comercio".