Maria Eulália nasceu em Silvianópolis (MG), filha de Antônio Bento Vieira e Adair Marques Vieira, casada com o farmacêutico Ferdinando Teixeira. Radicada em Pouso Alegre.
Brigamos, noites inteiras,
brigas todas desiguais...
por mentiras verdadeiras (Vencedora Elos Clube SP 1999)
e por verdades banais!
Seu olhar era de jade...
mas se transformou, enfim,
em nostálgica saudade
morando dentro de mim.
Pés na estrela... olhos na idade
- Pobre filho da favela...
é preso na liberdade
e livre dentro da cela.
Brindei à felicidade
na taça do coração...
e agora resta a saudade
embalando a solidão!
O tear da vida tece,
de sonhos na mocidade,
um lenço em forma de prece
para enxugar a saudade!
O sereno que se esvai
na madrugada vadia
lembra a lágrima que cai
na face da nostalgia.
Se mandasses um bilhete,
mesmo vago, fugido,
seria como um foguete
acalentando o vazio!
Qualquer amor costurado
com linhas da falsidade
é um modelo condenado
no desfile da verdade.
Por fora, um rosto sisudo,
por dentro, se a gente visse,
aquele ser carrancudo
era um lago de meiguice!
No rosário desta vida,
cada conta tem seu brilho,
mas a conta preferida
desse rosário é o meu filho.
As pipas soltas ao vento,
numa tarde de alegria,
são sonhos buscando alento
na aragem da fantasia!
Perdi o trem... mas, na espera,
teu bilhete repetia:
"Vem,amor, na primavera"
- Mas era outono esse dia!
A paixão que me devora
e brinca de se esconder
tem a beleza da aurora
nos braços do amanhecer.