MARIA FEIJÓ de Souza Neves, que passaria a residir no Rio de Janeiro, nasceu em Alagoínhas, Bahia. No Rio, residiu à Rua Sá Ferreira, 210, aptº 504-Copacabana. Publicou uma infinidade livros, entre eles: "Bahia de Todos os Meus Sonhos" - 1966 e "Ramalhete e Trovas" - 1969.
Um rendilhado de lua,
de brancura de alvaiade,
se espalha por toda rua,
vestindo minha cidade...
Não me digas, por favor,
que me adoras, que me queres,
pois dás este mesmo amor,
sempre, a todas as mulheres.
Uma tristeza que dói.
Amargor no coração.
Um silêncio que destrói:
- presença de solidão.
Meu amor, se tu quiseres
para sempre o meu carinho,
arrnca logo as mulheres
plantadas no teu caminho...
Saudade, germe arraigado,
que penetra aqui, além...
Basta apenas ser lembrado
algum resquício de um bem...
Uma briguinha amorosa,
às vezes tem seu valor:
se nos deixa em polvorosa,
aumenta depois o amor...
Na rua da solidão
fui morar. Não sei por quê...
Depois o meu coração
me alertou: perdi você!...
Meus passos incertos vão
- mesmo sem eu os levar -
rumo à tua direção,
em busca do teu olhar...
A mãe empurra o carrinho,
tão embebida! - Nem sei.
Parece que no filhinho
ela vai fitando um rei...