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MIL TONS DE AMOR!
(texto reverenciando a memória de Milton Sebastião Souza, falecido em Porto Alegre em 03.07.2018)
A partida de Milton Sebastião Souza deixa a UBT do Rio Grande do Sul, a UBT Nacional e a Trova brasileira perplexas. Ele é e sempre foi um daqueles raros que podemos dizer que são insubstituíveis. Enquanto poeta, que autor fantástico, criador de versos assim, ora líricos, ora filosóficos:
Meu caminho é o teu caminho! A vida é feita de escolhas:
Se a morte nos separar, os acertos festejamos...
quem chegar no céu sozinho, O duro é virar as folhas
chora até o outro chegar. nas tantas vezes que erramos...
Enveredando com a mesma qualidade pelos difíceis caminhos do humor:
A gorducha Dona Benta,
quando senta esparramada,
deixa a cadeira onde senta
quase um mês descadeirada!
Enquanto trabalhador pela Trova, poucos em vida fizeram tanto quanto ele, editando livros, informativos, programando eventos, assessorando de todas as formas o Flávio Stefani por décadas. Enquanto ser humano, aí pode parar tudo. Não há palavras para defini-lo. Ele era tão somente o amigo que todos nós sempre quisemos ter.
Milton deixa dois legados preciosíssimos para a Trova: o seu trabalho, que é inapagável, e o seu filho Gerson Cesar de Souza, poeta/trovador/historiador, do mesmo nível criativo, senão mais brilhante ainda do que o próprio pai (qual pai não tem este sonho?)
Nascido em Porto Alegre no dia 20.01.1945, filho de Sebastião Valentim de Souza e Terezinha Fialho de Souza, casou-se com Leda Maria Piedra Cueva de Souza. Era jornalista, radialista, microempresário. Segundo palavras do próprio Gerson, criou os filhos entregando pães em uma Kombi, fez supletivo de 1º e 2º graus e passou no vestibular da UFRGS após os 40 anos, formando-se em Jornalismo.
Milton faleceu em 03 de julho de 2018, vítima de um mal que o atormentava há vários meses, sendo sepultado no dia 04. Um Milton que valia por mil, tantos os tons que sempre matizaram o seu viver. Daí resolvermos chamá-lo: MIL TONS SEBASTIÃO SOUZA.
Mil tons de azul... como o amor;
mil ecos numa só voz:
este o Milton trovador,
o Milton de todos nós!
Brigar com Deus até tento
mas juro que não consigo,
se Ele achou que era o momento,
descanse em paz, meu amigo!
J.O.
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NOTA = texto escrito por José Ouverney em 04.07.2018 - poema de Gerson Cesar Souza