NICOMEDES ARRUDA (na foto, ao centro) nasceu em Cachoeiras de Macacu/RJ, a 10 de janeiro de 1924. Seus pais: Manoel Corrêa de Arruda e Gabina da Cunha Raposo. Jornalista e político, escreveu com letras de ouro o seu nome na história de sua terra. Faleceu no ano de 1995.
(uma pequena ilustração: em 2008, de carro, a caminho de Nova Friburgo, entrei em Cachoeiras do Macacu para postar uma carta no correio e almoçar. Depois do almoço, durante um breve descanso em um dos bancos de uma das calçadas da cidade, qual não foi minha agradável surpresa ao ver que estava sentado justamente no assento em que constava o nome do saudoso Nicomedes Arruda). Vibrei, pois fico muito feliz quando um município reconhece o talento de um filho seu, que, com seus versos, leva o nome da cidade a tantos recantos! E Nicomedes Arruda foi um deles!) = J.O.
Se um dia a nossa união (Venc. Rio Novo 1991 - "coração")
formar um elo perfeito,
o meu e o seu coração
vão bater no mesmo peito!
Ontem beijei-te na testa,
porque a coragem foi pouca.
Calcula, meu bem, que festa
quando eu beijar-te na boca!...
No Natal dobram os sinos
enquanto em casa alguém chora
por não ter o que os granfinos
acham pobre e jogam fora.
Você tão longe e eu também;
você sozinha, eu sozinho.
Nossas saudades, porém,
vão se encontrar no caminho.
No mundo nada supera
a sensação e o valor
de alguns minutos de espera
por um momento de amor!
Meu amor, quando me beija,
o faz com tanto calor,
que muita gente deseja
ser amor do meu amor!
Façam clarins em surdina,
violões em serenata,
cruzem céus de serpentina,
que vai passar a mulata!
De tocar não tenho pejo,
a mão suja de um mendigo.
Minha repulsa é se vejo
mão limpa de falso amigo...
Venho pedir, bom Jesus,
por vossos dotes divinos:
mandai aos grandes mais luz
e mais pão aos pequeninos.
Este local em que um dia
acabou-se o nosso amor,
por uma estranha ironia
é hoje um jardim em flor!
Quanta mãe que, mal casada,
não vê mais da vida o brilho,
mas padece, resignada,
pelo amor que tem ao filho!
Neste mundo há muita gente
que erra até fazendo o bem,
pois só planta uma semente
visando o fruto que vem.
TROVAS DE BOM HUMOR
Com biquini de uma peça
e sem o marido atrás,
a mulherzinha do Bessa (Macacu 1977)
"mergulha" fundo demais.
Com um biquini atrevido, (Macacu 1977)
a Soninha é uma brasa:
mostra, na praia, ao marido,
o que ele não vê em casa !
Do teu beijinho a magia (Menção Especial em Três Rios - 1977)
provei e nunca esqueci.
E só desejo, Maria,
outras "magias" de ti.
Junto ao brotinho assanhado
diz uma velha travessa:
- Chega pra lá, seu danado,
senão eu perco a cabeça!...
Estes teus lábios rosados
e este decote atrevido
são dois grandes atentados
aos deveres do marido.