XL Jogos Florais de Niterói - 2010

 XL JOGOS FLORAIS DE NITERÓI - 2010
(todas as relações por ordem alfabética de autores)
 

Tema: PALAVRA (ÂMBITO NACIONAL) 

 

VENCEDORES

 

 

A lágrima comovida,

que vem de dentro de nós,

é uma palavra sofrida

que chega aos olhos sem voz.
| Hegel Pontes (Juiz de Fora – MG)

 

Nenhuma palavra explica

para acalmar nossa queixa,

o vazio que nos fica

quando a esperança nos deixa!...
| José Tavares de Lima (Juiz de Fora – MG)

 

Quando ao teu corpo eu me rendo,

tuas mãos, com muito ardor,

em silêncio vão dizendo

loucas palavras de amor!
| Marina Bruna (São Paulo – SP)

 

Por favor, não diga nada...

Quero lembrar, comovida,

as palavras da chegada

e não o adeus da partida |
Therezinha Dieguez Brisolla (São Paulo – SP)

 

Em nossas conversas calmas,

tem o amor recursos sábios:

Palavras brotam das almas

bem mais que dos nossos lábios.
| Wanda de Paula Mourthé (Belo Horizonte – MG)

 

 

MENÇÕES HONROSAS

 

 

Se fico perto a te ouvir

em frases apaixonadas,

eu quase posso sentir

as palavras perfumadas.
| Arlindo Tadeu Hagen (Belo Horizonte – MG)

 

Freia as palavras mordazes,

que essa injustiça me aterra...

Vim tentar fazer as pazes,

não começar outra guerra!
| Darly O. Barros (São Paulo – SP)

 

Com suas linhas seletas,

tecendo rimas bonitas,

as palavras dos poetas

têm costuras infinitas!
| Eduardo A. O. Toledo (Pouso Alegre – MG)

 

Não é como bumerangue

que retorna, quando alteia.

A palavra é como o sangue

que ao sair não volta à veia.
| Jaime Pina da Silveira (São Paulo – SP)

 

Juras de amor me fazias...

Hoje sei, com segurança:

Eram palavras vazias,

que me enchiam de esperança!
| José Tavares de Lima (Juiz de Fora – MG)

 

Não creias nas frases ditas,

que só lisonjas contêm...

Muitas palavras bonitas

são enganosas também!
| José Tavares de Lima (Juiz de Fora – MG)

 

Tu chegas de madrugada,

cabisbaixo e sempre mudo...

E o silêncio da chegada,

sem palavras, já diz tudo!
| Selma Patti Spinelli (São Paulo – SP)

 

Deixo escrito: “Não me esqueça”

na areia... mas, sem razão,

a maré chega e, travessa,

apaga a palavra “Não!”
| Therezinha Dieguez Brisolla (São Paulo – SP)

 

Meu amor, por ser incauto,

ocultá-lo não consigo,

pois meus olhos são arauto

das palavras que não digo.
| Wanda de Paula Mourthé (Belo Horizonte – MG)

 

 

MENÇÕES ESPECIAIS

 

Enquanto o mundo agoniza,

ante a violência e o terror,

a humanidade precisa

só de uma palavra: AMOR!
| Antônio Juraci Siqueira (Belém – PA)

 

O Não, que tanto amargura,

selando uma despedida,

foi a palavra mais dura

que até hoje ouvi na vida!
| Carolina Garcia (Brasília – DF)

 

“Voltei!” E, à palavra, exulto,

deixo o leito, me alvoço,

buscando em vão por teu vulto

no quarto que já foi “nosso”...
| Darly O. Barros (São Paulo – SP)

 

Nas artes, em qualquer lavra

de artistas de quaisquer partes,

é simplesmente a palavra

que exalta todas as artes!
| Eduardo A. O. Toledo (Pouso Alegre – MG)

 

Às suas falas dispense

o respeito mais profundo,

que o silêncio nos pertence

mas a palavra é do mundo.
| Élbea Priscila de Sousa e Silva (Caçapava – SP)

 

A dor que se intensifica

e amedronta os dias meus,

é pensar na dor que fica

depois da palavra adeus!
| Francisco Garcia (Caicó – RN)

 

Este amor que, em vão, mascaro,

pois o estampo em rosto mudo,

em silêncio eu te declaro...

Sem palavras, digo tudo!
| Thereza Costa Val (Belo Horizonte – MG)

 

 

 

ÂMBITO ESTADUAL (RJ)

 

Tema: ALGEMA

 

VENCEDORES

 

O teu ciúme que avança,

mais aumenta o meu dilema:

Como pode uma aliança

ter o peso de uma algema?!
| Alba Helena Correa (Niterói)

 

Com alardes apregoas

teu amor de imposições...

Algemas prendem pessoas,

mas não prendem corações!
| Edmar Japiassu Maia (Rio de Janeiro)

 

O mais graves dos problemas,

além das desesperanças,

é vermos duas algemas

em nosso par de alianças...
| Edmar Japiassu Maia (Rio de Janeiro)

 

Tendo a beleza por tema,

ou desabafo tristonho,

a caneta é forte algema

que prende o poeta ao sonho.
| José Henrique da Costa (Magé)

 

Que me importa a liberdade?

Depois de tua partida

vivo algemada à saudade

que deixaste em minha vida!
| Maria de Lourdes Loretti Motta (Rio de Janeiro)

 

Viver livre era o meu lema,

mas, depois de te encontrar,

fiz dos teus braços algemas...

e adorei me escravizar!
| Maria Nascimento Santos Carvalho (Rio de Janeiro
 

 

MENÇÕES HONROSAS

 

Foi me prendendo com jeito

este amor, com toda calma...

pôs uma algema em meu peito

e uma corrente em minh’alma!...
| Clenir Neves Ribeiro (Nova Friburgo)

 

As drogas, no triste ofício,

apressam nossa partida.

É nas algemas do vício

que a morte ganha mais vida!
| Éderson Cardoso de Lima (Niterói)

 

A Justiça, envergonhada,

baixa os olhos impotentes,

quando algumas, por um nada,

prendem pulsos inocentes.
| Gilvan Carneiro da Silva (São Gonçalo)

 

Algeme pernas e braços,

impeça o Homem de agir;

mas ninguém inibe os passos

de seu pensar e sentir.
| José Henrique da Costa (Magé)

 

Vivemos tão sem problemas,

que até me parece, agora,

que a paixão nos pôs algemas

e jogou as chaves fora!...
| Renato Alves (Rio de Janeiro)

 

O amor deve ser lembrado

sem mágoas, sem dissabor.

Pondo algemas no passado,

não se prende um grande amor!
| Rodolpho Abbud (Nova Friburgo)
 

 

MENÇÕES ESPECIAIS

 

Eu sonhei, desde menino,

ter os dias mais risonhos,

porém a mão do destino

pôs algemas nos meus sonhos!
| Adilson Maia (Niterói)

 

Sofre a mãe pelo desgosto

de ver o filho em fracassos,

tentando encobrir o rosto,

erguendo algemas nos braços!
| Ivone Marque Moreira (Nova Friburgo)

 

Descobri, ao te perder,

que, sem direito a perdão,

fui condenado a viver

algemado à solidão.
| João Costa (Saquarema)

 

Tu me prendes com abraços,

torturas com tal paixão,

que, sendo algemas teus braços,

bendita seja a prisão!
| João Costa (Saquarema)

Liberto, ponho meus passos

a caminho da ousadia,

que algemas que prendem braços

não prendem ideologia!
| João Freire Filho (Rio de Janeiro)

 

Não temo algema, grilhão,

mas temo as noites sem sono,

em que amargo a solidão

da escravidão do abandono.
| Maria Nascimento Santos Carvalho (Rio de Janeiro
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NOTA: trovas digitadas e enviadas por Pedro Mello, da UBT São Paulo