Ao contrário do que se possa imaginar, Nato Azevedo não é paraense, é carioca, nascido em 1952. Poeta, prosador, compositor e uma pá de coisas que tornam o seu currículo maior do que o espaço de que dispomos. Razão porque paramos por aqui. Eis algumas trovas suas.
Embora até não pareça (M. Especial Cornélio Procópio 1996)
é qual coberta o salário
pois, quando cobre a cabeça,
descobre os pés do operário.
Quem se atreve, sem rodeio, (Venc. Jambeiro/SP 2003)
a dizer tudo o que sente,
"chicoteia" o lombo alheio,
põe "garrote" em muita gente.
A água que nos alimenta
e torna as vilas floridas
é a mesma que, na tormenta,
arrasa casas e vidas.
Todo jovem sem estudo
se parece com a estrada
que, à pretexto de ir a tudo,
às vezes não chega a nada.
Interrompida, fechada
ou livre e desimpedida,
perfeita ou esburacada... bem, a Estrada imita a Vida.
Quem faz troça da desgraça
do amigo esquece o ditado
de que fogo só tem graça
quando é na casa do lado.
Bem diz o velho ditado:
"não vá ao Mundo abraçando".
Quem a todos faz agrado
acaba desagradando.
- "Filha, que enorme barriga,
o que sucede contigo"?!
- "Mamãe, deve ser lombriga
ou inflamação do umbigo"!