Manoel Fernandes Menendez é de 1931, estudou contabilidade e direito. Aposentado, ora dedica-se a sua Seleções em Folha, onde seleciona poesias e contos já editados e apresenta uma seleção de haicu
O capitalismo esperto
mede tudo pelo pico,
pobre daquele desperto
para a ambição de ser rico...
Se agosto é mês do desgosto,
então me dê seus porquês,
pois nesse mês fica exposto
todo o florir dos ipês!
– Fico só coçando o saco?
Mentira! diz num assomo.
Ora o faço e ora aplaco
passando mercurocromo...
Pobre da família quando
o dinheiro do trabalho
vai-se rápido escoando
entre as cartas de um baralho...
Para que o amor fosse pleno
e de beleza tamanha,
nos legou o Nazareno
o seu Sermão da Montanha.
Ai, meu Brasil, quem, me dera
eu partir de Portugal
numa linda caravela
bem ao lado de Cabral!...
À medida que envelheço
mais me dói e sem clemência
o que nunca mais esqueço:
presença da tua ausência.
Há sorrisos de ironia
e os há de falsidade,
mas só transmite alegria
um sorriso de bondade.
Haverá maior beleza (riqueza!?)
neste mundo de meu Deus,
que eu estar, junto à mesa,
cercado de amigos meus!?...