VERA VARGAS nasceu em Piraí do Sul/PR, a 17 de outubro de 1922, filha de Rivadávia Barbosa Vargas e Dalila Rolim Vargas. Advogada e Professora. Publicou, em 1968, o livro "Um Barco na Poça d'água". Presidiu a UBT Estado do Paraná e passou por muitas outras entidades representativas culturais da terra dos pinheirais. Faleceu em Curitiba, a 17 de outubro de 2000, aos 78 anos de idade. Residia à Rua Engº Rebouças, 2142.
Por iniciativa do Vereador Mário Celso Cunha, desde o final do ano de 2001 passou a emprestar seu nome a uma rua da capital paranaense.
Eu não consigo entender
porque tem que ser assim:
quando se aprende a viver,
a vida já está no fim.
Todo conceito se espalma,
ao mal confunde-se o bem:
as letras que escrevem "alma"
escrevem "lama" também.
Aberto em asas de paz
na escola, no lar, na igreja,
por todo o bem que nos faz,
o livro bendito seja.
Vai passando o amor, ileso,
geração a geração,
como um facho sempre aceso
que apenas troca de mão.
O suspiro o olhar embaça
e foge na solidão,
porque o suspiro é a fumaça
do fogo do coração.
No amor, o efeito vigora
retroativo - santa lei!
Descubro um amor agora
e sinto que sempre o amei.
A vida é apenas um traço
com jogo de sombra e luz,
que partindo de um regaço
vai terminar numa cruz.
Quando a moral, sem piedade,
do amor a força amordaça,
a palavra liberdade
não tem sentido nem graça.
Idade eu não considero
para ouvir do amor o sino,
- que o homem, por mais austero,
tem coração de menino.
Não tenho pena das penas
por toda parte espalhadas.
Nas penas lamento apenas
as penosas depenadas.
Angústia é isto, este anseio,
pássaro aflito, doente.
Nem se sabe de onde veio
pra sofrer dentro da gente.
Morre a tarde. Um anjo, ao vê-la
no ocaso, em lenta agonia,
corre acender uma estrela
e rezar a Ave-Maria.