JOSÉ CHAMONE nasceu em Curvelo/MG, a 18 de agosto de 1911, filho de Elias Chamone e D. Narcisa Eugênia da Silva Chamone. Foi jornalista e bancário. Falecido em 1973, segundo dados extraídos de
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Fui à minha terra um dia
rever o que lá deixei.
Encontrei o que eu queria...
mas não me reencontrei!
A ventura, mesmo pouca,
não a revele a ninguém.
- Peixe morre pela boca?
- Felicidade também!
Nem sempre é felicidade
ter riqueza, ó companheiro.
Mas a desdita, em verdade,
é menos má com dinheiro...
A mentira, com efeito,
nem sempre é crime ou trapaça:
nos homens, acho defeito;
nas mulheres, acho graça...
Até nossa meia-idade
vamos bem, viver não custa.
Mas, na segunda metade
o avanço da vida assusta...
Inveja a pessoa evita
agindo dessa maneira:
nunca ter mulher bonita,
nem dinheiro na algibeira...
Felicidade é a doçura
desse instante que revejo:
clareamos a sala escura
com mil faíscas de beijo...
Ter paciência na desgraça
é um sábio conselho ao povo,
pois a treva sempre passa
e o sol sempre vem de novo...
No bom mineiro se encontra
esse drible extraordinário:
"Não sou a favor nem contra,
muito antes pelo contrário..."
Ficou a vida esquisita...
Culpo a TV tagarela!
Hoje ninguém quer visita
só por causa da novela...
Tenho irmãs freiras, por isto
não receio azares meus,
pois sendo esposas de Cristo,
eu sou cunhado de Deus.