CLEMENTE RITZ TEIXEIRA DE FREITAS nasceu em Curitiba a 23 de novembro de 1888. Jornalista, cronista, humorista, poeta. Foi alto funcionários dos Correios. Fez parte da Academia Paranense de Letras. "Sonhos de Moço" e "Meu Sermãozinho de Trovas" foram alguns de seus livros publicados. Empresta seu nome a uma rua no Bairro Cidade Industrial, de sua cidade natal. Faleceu em 04 de novembro de1935 no Rio de Janeiro.
Não andem por onde andei,
nem façam nunca o que eu fiz,
que envelheci e cansei
sem nunca achar o que eu quis.
Levo, a pesar, em meus ombros,
como um velhinho, a gemer,
isto que vês: - os escombros
daquilo que eu já quis ser.
Passa na rua um caixão,
entre folhagens e flores;
vai nele minha Ilusão,
carregam-no minhas Dores.
(as três trovas acima fazem parte do livro "Meus Irmãos, os Trovadores", de Luiz Otávio)
Tantos são meus dissabores,
que eu até já me esqueci,
na via-crucis das dores,
de que modo a gente ri.
Meu coração - é a verdade -
nem sabe agora onde está:
é tanta a minha saudade,
que está aqui, mas vive lá.
Como o búzio lembra os ruídos
das ondas do quebra-mar,
meu canto lembra os gemidos
dos pinheiros ao luar.
Felicidade sonhada,
enganadora ilusão...
Cansei... fico aqui na estrada,
olhando os que que lá se vão...
Os meus tempos de criança,
e os prazeres dessa idade,
vejo-os na dor da lembrança,
sinto-os na dor da saudade.
Quem espera sempre alcança,
velho ditado o assevera.
Mas, o certo é que a esperança
nunca alcança, sempre espera...