VI JOGOS FLORAIS DE AMPARO-1994
(classificações por ordem alfabética)
ÂMBITO NACIONAL – TEMA: “SOL”
TROVAS VENCEDORAS:
Sou tão feliz, minha gente,
que nem sei, feliz assim,
se o sol provém da nascente
ou nasce dentro de mim.
APRYGIO NOGUEIRA – Pouso Alegre
Quando o sol, em tons vermelhos,
se põe em lenta agonia,
põe-se a tarde de joelhos,
chorando a morte do dia.
FERREIRA NOBRE – Fortaleza
Amanhece... e sem demora,
coram lençóis, no arrebol,
tintos de sangue da aurora
depois do parto do sol...
LAVÍNIO GOMES DE ALMEIDA – Barra do Piraí
MENÇÕES HONROSAS:
Cai a tarde! O sol fraqueja...
Na sombra que se adelgaça,
a pequena cruz da igreja
se estira por toda a praça!
ANTONIO C. TEIXEIRA PINTO – Niterói
Não teme a aridez do inverno,
nem nas perdas mais sentidas,
quem faz do gesto fraterno
o sol que aquece outras vidas...
Amores!... Para vivê-los
não foi meu esforço em vão:
se há neve nos meus cabelos,
há sol no meu coração!
EDMAR JAPIASSÚ MAIA – RIO (duas)
Pingos de sol – pequeninos
teus lindos olhos, criança,
são dois milagres divinos
iluminando a esperança...
Manhã de sol! E na praça,
as lindas flores singelas
se curvam, cheias de graça,
quando tu passas por ela!
P. DE PETRUS – RIO (duas trovas)
MENÇÕES ESPECIAIS:
Eu descobri contrafeito
- felicidade tardia –
eras o sol do meu peito
que se apagava e eu não via.
ALFREDO BRASÍLIO – Baependi/MG
Tomba o sol entre as colinas...
Os raios de luz que espalha
parecem agulhas finas
tecendo a própria mortalha!
ANTONIO C. TEIXEIRA PINTO – Niterói
Diz Pai João, calmo e franco,
sabendo a razão que tem:
“O sol que luz para o branco
luz para o negro também”.
ELZIRA GLYCERI LINS – RIO
O sol que é fonte de luz
e dá vida à plantação,
se torna calvário e cruz
quando seca o meu sertão!
EUGÊNIO CARVALHO JR. – João Pessoa
Rei dos astros, lá no espaço,
o sol ocupa seu trono,
abre o tempo, joga o laço,
mostra que o dia tem dono.
FLÁVIO R. STEFANI – Porto Alegre
Na tarde quase apagada,
foge o sol em correria,
arrastando em sua estrada
retalhos da luz do dia...
HEDDA DE M. CARVALHO – N. Friburgo
Dia e noite separados,
Sol e Lua somos nós...
Fulgindo em turnos trocados,
nosso destino é o dos sós!...
A lua, enquanto se enfeita
vestindo a luz que alumia,
deixa rubro o sol que a espreita
pela janela do dia!...
HELOISA ZANCONATO– Juiz de Fora (02)
Medalha de luz suspensa
na vastidão desmedida,
o Sol me ilumina a crença
na eternidade da vida!
JOÃO FREIRE FILHO - RIO
Vai, meu verso, e luta em prol
de quem maneja a charrua,
lavrando de sol a sol
a terra que não é sua!
SÉRGIO BERNARDO – Nova Friburgo
ÂMBITO ESTADUAL – TEMA: “LUA”
TROVAS VENCEDORAS:
Amanhece... a luz se espraia...
triste, vai-se a noite embora
e a lua branca desmaia
nos róseos lençóis da aurora.
CAROLINA RAMOS – Santos
No relento, ao abandono,
dorme o menino de rua,
tendo por guarda do sono
os olhos tristes da lua...
JOSÉ VALDEZ DE CASTRO MOURA – Pindamonhangaba
Quando na névoa flutua,
quase nua, sob um véu,
até parece que a lua
é uma odalisca no céu!
MARINA BRUNA - SP
MENÇÕES HONROSAS:
No apelo que não ressoa
em ti, nem cede ou recua,
sou um lobo a uivar à toa
tentando atrair a lua...
ADÉLIA VICTÓRIA FERREIRA – SP
Somei doçuras às tuas,
foi tanto amor à granel,
que pude ver muitas luas
na minha lua de mel.
ANALICE FEITOZA DE LIMA – SP
Tem saudade a natureza
de uma noite de luar,
e o sereno, com certeza,
é o seu modo de chorar.
Mª REGINATO LABRUCIANO – SP
Minha timidez recua
e, de amor, vou te falar
pois, em teus olhos de lua
há promessas de luar...
MARINA BRUNA – SP
Minha alma, longe da tua,
ficou tão desiludida
que se iguala à luz da lua
quando há garoa... sem vida!
WANDERLEY RODRIGUES MOREIRA – Santos
MENÇÕES ESPECIAIS:
Quando o mar todo se agita,
em noite de lua cheia,
a onda cansada e aflita
vem buscar a paz, na areia...
ANTONIO VALENTIM RUFATTO – Bauru
Quando a noite se desata
e o véu de sombras descerra,
a lua derrama prata
sobre as misérias da terra.
CAROLINA RAMOS – Santos
Sutil entre as persianas
a lua entrou e fazia
carícias de mãos humanas
no teu rosto que sorria.
Melodias de seresta
sobem do caramanchão,
e a lua ornamenta a festa
jogando rendas no chão.
CONCHITA MOUTINHO DE ALMEIDA – Poços de Caldas (02 trovas)
Deplorando a antiga vida,
o preso pede perdão
à cruz de prata estendida
que a lua pregou no chão.
DARLY O. BARROS – SP
Esta gota de umidade
sobre a rosa, no arrebol,
é a lágrima da saudade
que a lua enviou ao sol!
DOMITILLA BORGES BELTRAME – SP
Lua cheia, desfilando
lá no alto - eu penso atento –
é uma pérola brilhando
no brinco do firmamento!
JOÃO PAULO OUVERNEY - Pinda
Em pleno outono do adeus
nesse meu céu tão tristonho,
fazei surgir, ó bom Deus,
a lua cheia do sonho!
JOSÉ VALDEZ DE CASTRO MOURA
Se dizes que sou, menina,
o sol que te dá calor,
és a lua peregrina
das minhas noites de amor.
Mª HELENA CALAZANS M. DUARTE – SP
Tanto eu caminho na rua,
toda noite em serenata,
que em meus cabelos, a lua
pôs seus raios cor de prata!
MARINA BRUNA
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