LAMARTINE BABO, o "Lalá", nascido no Rio de Janeiro em 08 de março de 1904, filho do "Seo" Leopoldo Azeredo Babo e de Dona Bernardina Azeredo Babo, foi dos maiores compositores de todos os tempos. Suas marchas de carnaval ainda hoje enchem os salões: "O teu cabelo não nega', "Linda morena", etc. Torcedor fanático do América carioca, compôs o hino do clube de seu coração. E, de quebra, para faturar mais uns trocos, compôs também os hinos de Botafogo, Fluminense, Vasco e Flamengo. Sempre bem humorado, trocadilhista incorrigível, sobre ele há passagens folclóricas impagáveis, como a do telegrafista e a do dentista de Boa Esperança.
Publicou dois livros: "Lamartínias" e "Pindaíba". Faleceu no Rio mesmo, em 16 de junho de 1963, com apenas 59 anos de idade.
A morte é o triste momento
de uma dívida assumida.
É o dia do vencimento
das quatro letras da VIDA!
O Natal, no mundo inteiro,
será festa, sem pesar,
quando os perus, no terreiro,
também puderem louvar.
Felicidade consiste
num contraste extraordinário:
esperar tudo que é triste
e acontecer o contrário.
Saudade é o doce lembrar
de um bem desaparecido:
- Ânsia de o recuperar,
e dor de tê-lo perdido!
Divórcio, seja em que meios,
lembra um incêndio de repente:
Serve nos casos alheios,
nunca na casa da gente!
Pessoa sempre incontida,
que em tudo chora e reclama,
na morte, não muda a vida,
apenas muda de cama.
Homens puros!... Sempre os via...
E sei que não sou dos tais,
porque a gente desconfia
quando a pureza é demais.
Quase não tive noivado,
não tinha tempo, sequer...
Hoje namoro atrasado
a minha própria mulher...