HÉLIO DE CARVALHO TEIXEIRA nasceu em Venâncio Aires/RS, em 31 de agosto de 1915, filho de Amaro Joaquim Teixeira e Germina de Carvalho Teixeira e faleceu no Rio de Janeiro, em 21 de agosto de 2009.
Foi advogado, crítico literário e trovador. Publicou: "Ritmos" e "Horizonte" - poesias, e "Cinco Itinerários" - coletânea de trovas, entre outros. Teve importante passagem por São João da Boa Vista.
O amor, que é feito somente
de sentimento profundo,
põe no destino da gente
todo o destino do mundo.
Amor? - É sempre mistura
de sentimento e desejo,
trazendo à gente a ventura
de unir as almas num beijo!
Alma, que sonhas na altura,
vendo a beleza dos astros,
tornas maior a tortura
de andar na terra de rastros.
O mundo é abismo que ilude
com ramaria florida.
- Sob um pouco de virtude,
quanta maldade escondida!...
Meu ser, na dúvida, aflito,
qual pedra imensa na estrada,
reflete a luz do infinito,
sofrendo a angústia do nada!
Na bruma do meu outono,
quanta saudade se agita,
lembrando que já fui dono
de muita mulher bonita!
Este bem consolador
é minha felicidade:
ter presente o teu amor
no milagre da saudade.
Noite em que esplende o mistério
de uma vivência inconsútil,
desces, qual pássaro etéreo,
sobre este pélago inútil.
No tempo em que eras menina,
eu nem te olhava sequer.
Mas que paixão me donima,
vendo-te, agora, mulher!...
Quanta emoção renascida,
quando se lembra a mulher
por quem fizemos, na vida,
uma loucura qualquer!