VIAGENS – I
Uma das maiores alegrias que a Trova e a UBT me proporcionaram foi fazer amigos em várias cidades do Brasil. Tudo isso só se tornou possível graças às viagens para assistir a premiações de Concursos e Jogos Florais.
Lembro-me com carinho da primeira viagem que fiz para receber um prêmio. Foi em 1998. Eu conhecia a União Brasileira de Trovadores há pouco tempo e tinha viajado no primeiro semestre daquele ano para representar o Pedro Ornellas na festa de Friburgo. Entretanto, ainda não viajara para receber um prêmio meu, mesmo. Isto viria acontecer para receber um prêmio por um soneto.
Assim que conheci a UBT em 1997, também ouvi falar de um boletim editado em Santos (SP) chamado DCL (Divulgação de Concursos Literários), que prontamente passei a assinar. Assinado o DCL, passei a participar de concursos de poesia e minha primeira classificação foi no Rio de Janeiro. Eu estava aprendendo a fazer sonetos e, entusiasmado, mandei um de meus primeiros sonetos para um concurso promovido pela Academia de Irajaense de Letras e Artes (AILA), presidida pelo poeta e romancista Agostinho Rodrigues.
Pois meu soneto, descrevendo a efemeridade do amor entre dois foliões nos dias de carnaval, agradou o pessoal da AILA e foi premiado. Acho que foi Menção Honrosa, não me lembro ao certo. Era simbólico para mim. Meu primeiro prêmio nacional. Fiz questão de viajar até o Rio. Foi uma daquelas deliciosas loucuras juvenis (eu estava com 21 anos na época), uma viagem no verdadeiro estilo “bate-e-volta”. Saí de São Paulo no sábado bem cedinho, cheguei ao Rio à tarde, assisti ao evento da AILA e embarquei para São Paulo por volta das onze da noite. Conheci o Agostinho pessoalmente (só nos faláramos por telefone) e, de presente, ainda tive a satisfação de rever duas trovadores que eu havia conhecido em Friburgo e descobri aquilo que não é tão óbvio, mas é fato verídico: a UBT está em todas! Qual não foi a minha surpresa, quando na premiação da AILA, encontrei a Elen de Novais Félix (de Niterói) e Maria Madalena Ferreira (de Magé), além de conhecer o Agostinho e descobrir que ele também era ligado à UBT!
Meu soneto chamava-se “Amor de Carnaval” e, como eu disse, foi um dos primeiros que fiz. A alegria da primeira premiação somou-se à expectativa de outras oportunidades, que acabaram por vir e me proporcionaram a riqueza de uma multidão de amigos e irmãos de sonhos.
Muitas coisas aconteceram, nem sempre pude viajar, nem sempre fui premiado onde gostaria, mas não há como esquecer a alegria da primeira premiação – no meu caso em Irajá, Rio, e com um soneto.