OSMAR BARBOSA nasceu em Vitória, Espírito Santo, em 6 de outubro de 1915, filho de Oscar Barbosa e Maria Violeta Barbosa. Seminarista, professor e poeta. Autor de inúmeros livros sobre língua portuguesa. Primeiras obras: Poemas sem idade (1942), Palmares (1947), Coração, bazar do amor (1948). Morou também no Rio de Janeiro.
Faleceu em Nova Friburgo/RJ, em 29 de março de 1998.
Vós que andais em ânsias loucas
matando a sede às paixões,
não junteis as vossas bocas
sem unir os corações!
Minha poesia mimosa
na tua algidez não medra.
- Como plantar uma rosa
no coração de uma pedra?
Para que tantos desvelos
pelas horas que se vão,
se é noite nos teus cabelos,
se é dia em meu coração?
No teu corpo aveludado
não pode existir labéu.
- Como chamar de pecado
o que me bota no céu?
Entre a minha alma e a torrente
simples contraste se traça:
o rio passa e não sente...
minha alma sente e não passa.
Amor que nasce com juras
e com suspeitas começa,
promete longas venturas
e morre muito depressa.
Hoje zombas de meus prantos
nos momentos indecisos,
amanhã, nos desencantos,
zombarei de teus sorrisos.
O amor foi minha virtude
e me ensinou a sofrer;
se não fui bom como pude,
nunca fui mau por querer.