MARIA MOURA DA COSTA nasceu em Recife/PE, a 22 de maio de 1913, filha de Manoel de Carvalho e Joana Wanderlei. Domiciliada no Rio, morou por muitos anos em Nova Friburgo, depois mudou-se para Niterói. Em 1965 publicou "Acalanto de Ternura". Falecida em 1988.
Éramos tantas, cantando
de roda, ao entardecer...
Para onde fomos, rodando (Salão Campista de Trovas - 1967)
na vida, quem vai saber?
Nas mãos, não vale a beleza
que os dedos mimosos trazem;
vale mais é a natureza
do trabalho que elas fazem...
Jamais neguei valimento
a quem me estendeu a mão:
quando não foi alimento,
foi um pouco de ilusão...
Antes que julgues, tem calma,
reflete, pensa, pondera:
lembra o penar de tua alma
no julgamento que a espera.
A mão que tu desprezaste,
quando subiste na vida,
foi ramo a que te agarraste
nos alcantís da subida...
Do beijo que não trocamos
hoje a saudade me veio...
Ai, quantas vezes pecamos
nas asas do devaneio!
Busquei a felicidade
tão longe e não encontrei.
Mas regressei com saudade
daquilo que não busquei...