DENANCY MELO ANOMAL nasceu em Campos/RJ, no dia 24 de outubro de 1918, filho de Cornélio de Souza Anomal e Otília Melo Anomal. Além de poeta era também pintor. Morou por muito tempo na Rua Barão de Miracema, 40, em Campos.
Um carro de bois cantando
na tarde que morre em ânsia, (13º lugar Nova Friburgo - 1961)
vai, pesado, carregando
saudades de minha infância.
Entre o meu pai - já velhinho, (10º lugar Pouso Alegre - 1961)
e o meu filho - uma criança,
vejo estender-se o caminho
por onde passa a esperança.
Num circo de pano roto,
minha infância se escondeu. (10º lugar Juiz de Fora-1962)
- Em todo circo há um garoto
e esse garoto sou eu...
Meu pião abandonado,
humilde e triste descansa... (Juiz de Fora - 1962)
Traz consigo, encarcerado,
o meu sonho de criança.
Vila Rica... Os sobradões...
Rumor de passos frementes... (co-vencedora em Niterói - 1972)
Sob a luz dos lampiões
a sombra de Tiradentes...
Dia a dia, mês a mês,
num desespero profundo,
eu aguardo a minha vez
de ser feliz neste mundo...
Na hora da minha morte,
quero lápis e papel,
para fazer o transporte
de uma trova para o céu.