ORESTES DE CASTRO COELHO nasceu em São João Nepomuceno/MG no ano de 1890 e foi criado em Mar de Espanha. Foram seus pais: Cassiano Coelho e Maria Augusta de Castro Coelho. Formou-se em Odontologia em Juiz de Fora. Em 1959 publicou um livro de trovas: "No Palco do Mundo". Faleceu no Rio de Janeiro em agosto de 1964.
Quem morre não vem contar
como é bela a outra vida,
porque Deus quer evitar
humanidade suicida.
A lei aos homens governa,
criando artigos aos centos;
Deus fez uma lei eterna
e só com Dez Mandamentos.
Presunção em demasia
ostenta quem, por vaidade,
tem a cabeça vazia
ou cheia de fatuidade.
Não é trabalho impossível
à natureza assombrosa
transformar lagarta horrível
em borboleta formosa.
Os progressos da ciência
teriam messe ideal
se não lhes dessem sequência
as invenções para o mal.
Se fosse mais aplicada
a boa vara de vime,
seria menos pisada
a larga estrada do crime.
A fortuna, em seu caminho,
às vezes anda tão mal,
que até se entrega ao mesquinho,
desprezando o liberal.
Julgar nobres ou plebeus
por seus crimes, a quem cabe?
Quem julga certo é só Deus,
que tudo vê, tudo sabe.
Quem algum bem há prestado,
por dever que julgou ter,
já se vê recompensado,
por ter cumprido o dever.