José Fabiano

Imagem removida.                  JOSÉ FABIANO nasceu em Uberaba, MG, em 20 de agosto de 1928, filho de Pedro Fabiano de Castro e de Dolores Fabiano de Lima. Fez o curso de Ciências Contábeis e Atuariais na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, tendo recebido o diploma correspondentes em 1956. Aposentou-se como Auditor da Receita Federa. Publicou os seguintes livros de trovas:

 

        a) individualmente:

            01) "Peregrinando...", em 1974,

            02) "Caixinha de Trovas", em 1984,

            03) "Ao Pôr-do-Sol", em 1986,

            04) "Ao Som da Lira", em 1992,

            05) "Respigando...", em 1998,

            06) "Do meu Rascunho de Sonhos", em 1999,

            07) "Rosas de Outono", em 2001 e

            08) "Fagulhas", em 2004,

                                 

         b) em parceria:

            09) "Dueto", com Neide Rocha Portugal, em 2004,

            10) "Emoção e Razão", com Thereza Costa Val, em 2005,

            11) "E Agora, José...s?", com José Ouverney, em 2006,

            12) "Rosas de Vários Tons", com José Antônio de Freitas, em 2007,

            13) "Trovas Brincantes I", com A.A. de Assis, em 2007,  

            14) "Trovas Brincantes II", com A.A. de Assis, Edmar Japiassú Maia e José Ouverney, em 2008.
​​​​​​​             15) "Terra-Mãe e Mãe-Gentil", com Lóla Prata - 2019

            

 De sonetos e trovas:

        c) em parceria:

            15) "A Aurora e o Poente", com Heloisa Zanconato Pinto, em 2001,

            16) "O Profano e o Sagrado", com Miguel Russowsky, em 2002, e

            17) "Confidências Mineiras", com Relva do Egypto Rezende Silveira, em 2008;

                  

 De versos diversos:

        d) individualmente:

            18) "Mulher", em 2000. 

​​​​​​​.    Nós últimos anos passou a residir em Faro, Portugal, onde veio a falecer, no dia 22 de dezembro de 2020,  aos 92 anos, deixando viúva Meire Cabral Fabiano. 

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Mãe, se dor fosse julgada,
não sei qual a mais doída:
se a que te dei na chegada,
se a que me dás na partida...

Não sei como vou trovando
e nem se trovas eu faço.
Só sei que, de vez em quando,
sai do meu peito um pedaço...

Ó minha amada Esperança,
brincalhona e sorridente,
és um resto de criança
que fica dentro da gente!

Mostrarão progressos falsos
as cidades adiantadas,
enquanto houver pés descalços
em suas ruas calçadas!

Preguiça, triste comparsa
das misérias da existência,
quanta vez não se disfarça
com os trapos da indigência!

Em luta de grande vulto,
meu livre arbítrio se cansa.
O mundo me quer adulto,
e o Cristo me quer criança.

Mandando a carta da prece
com destino à Divindade,
quanta gente não se esquece
do envelope da humildade!

Correio, por que me fazes
recordar quem não devia?
Carteiro, por que não trazes
minha carta de alforria?

O homem encontra no rio
símile quase perfeito:
frente ao primeiro desvio,
corre a buscar outro... leito!

Eis, Senhor, a minha mão!
Não sei como andar sozinho.
Ensina-me a direção
que me leve ao Teu caminho!

Dá-se em mim conflito imenso
da Razão Versus Instinto:
sou valente, quando penso,
e covarde quando sinto...

A oração, eu a defino
de modo simples até:
carta que vai ao destino,
mas tendo o selo da Fé.

Pequeno, sei que sou eu,
no meu atraso terreno.
Mas, Jesus, se viu Zaqueu,
foi por ele ser pequeno.

Deus me dê a boa sorte
de, no instante da partida,
ser esperado na morte
por quem me esperou na vida...

Deu-me a Sorte, com descaso,
no banquete deste mundo,      (Venc. Elos Clube São Paulo 1988)
calmaria, em prato raso,
e tormenta, em prato fundo!

Pergunta a esposa fiel,
com tristeza no semblante:       (3º lugar Nova Friburgo - 1984)
- Bem, nossa lua-de-mel
entrou em quarto minguante?...

Talvez rireis ao saberdes
como eu me sinto em apuros
se pousais os olhos verdes
em meus olhos já maduros!

Uso o espelho como alarme
para a minha segurança;
dou-lhe a função de lembrar-me
que já não sou mais criança.

Vidas a dois mal vividas
são, de fato, complicadas.
Lembram, às vezes, partidas
que terminam em... patadas...

Quando estás a caminhar
na praia, invejo as marés,
que são desculpas do mar
para beijar os teus pés!