JOSÉ VICTOR DE PAIVA é um dos mais conhecidos trovadores da tradicional Escola Pousoalegrense. Natural de Pouso Alegre(MG) mesmo, nasceu em 07 de setembro de 1947, filho de Augusto Gomes de Paíva e Ana Parreira de Paiva.
RUA I
Rua de barro, batida,
rua antiga, sem calçada; (covencedora em Bauru - 2004)
- pedaço de minha vida...
- princípio de minha estrada!
RUA II
Rua de terra batida,
rua triste, sem calçada,
minha infância, minha vida, (8º lugar em Pouso Alegre - 1981)
princípio da minha estrada.
Saio de um jogo marcado,
porém saio vencedor...
-- Não pode ser derrotado
quem joga cartas de amor!
Verdade é água corrente
que não se curva à muralha...
Quanto mais pedra na frente,
mais depressa ela se espalha
Não temo esta vida incerta,
tampouco este mundo aflito,
pois sei que a ronda mais certa
é feita lá do infinito.
Mãe querida, esta amargura
e os tropeços de meus passos
encontram sempre ternura
no calor dos teus abraços.
No mundo, mar de esperança,
onde a tormenta é sentida,
a ilusão é brisa mansa
que empurra o barco da vida.
Se o meu amor foi pecado
o teu perdão me redime,
pois não havia pensado
que um grande amor fosse crime.
Rua de terra batida,
rua antiga, sem calçada...
pedaço da minha vida,
princípio da minha estrada.
A praça de madrugada,
sob um céu pleno de lua,
é uma sala iluminada
para os meninos de rua!
À noite, em meu barracão (2º lugar estadual em Pouso Alegre - 1998)
depois da prece ao Senhor,
Maria apaga o lampião
e acende a chama do amor.
Meu coração não reclama,
segue o caminho do bem;
não tendo tudo que ama,
ama o pouquinho que tem.
Meu rio, mesmo não sendo,
se tornou em meu destino
uma saudade escorrendo
em minh'alma de menino!
A luz de Deus é tamanha...
brilha sempre, a toda hora,
que sinto que me acompanha
por toda a vida uma aurora!
Para não ter embaraços
e não viver tão sozinho,
eu vou enchendo de abraços
as curvas do meu caminho.