MARCELO HENRIQUE é um dos grandes poetas brasileiros da atualidade. Além de escritor. Vários livros lançados, nome cogitado para a Academia Brasileira de Letras. Reside em Amparo/SP.
(atentem para o teor de suas trovas)
Fazendo esforços e planos
para subir, se esqueceu:
quem sobe em degraus humanos
não sabe o quanto desceu.
Tu despertas, de mansinho,
meu instinto predador:
eu faço das mãos um ninho
para os teus seios em flor!
Quando a moral é mortiça
e se mascara em mortalhas,
a balança da Justiça
é gangorra dos canalhas!
Lugar profano, sem norma,
outras vezes, um altar.
- Como muda e se transforma
a mesma mesa de um bar!
Já vi mocinhas robustas
ao dólar batendo palmas:
carícias altas às custas
do preço baixo das almas!
Não deixe o sonho do lado, (Menção Honrosa em Amparo, 1996)
no descanso ou na peleja:
o sonho é sempre sagrado,
por mais profano que seja!
Que nunca tenhas negado (uma das três trovas vencedoras em Amparo - 1996)
a palavra que conduz:
- o verbo, quando é sagrado,
brota em rajadas de luz!
Senhores, eu não aceito
que a inconsequente batalha (Menção Especial em Rio Novo/MG - 1994)
abra a trincheira no peito
para o tampão da medalha...
A trova abaixo o poeta a compôs em homenagem a seu saudoso pai
José de Souza, o "Zé Pinhé"!
Foi mais que pai – foi amigo.
Hoje, passado o torpor,
sua memória eu bendigo
por tantas lições de amor!