JOSÉ CABRAL DA ROCHA, jornalista, nasceu em Recife.
Numa "caixinha de trovas"
- obra de fino lavor,
em concerto, rimas novas
são versos do trovador.
Ninguém nasceu pra semente
- eis uma grande verdade -
mas no coração da gente,
quem morre planta saudade!
Ser condenado a viver,
profundas mágoas, chorando,
é preferível morrer
feito a cigarra, cantando!
Partida sugere pena,
e nisso o povo está certo:
- Quando o adeus de longe acena,
a saudade já vem perto!
Sonhando sempre vivi,
nunca deixei de sonhar,
foi a lição que aprendi
de quem nasceu para amar.
De tanto, tanto pensar,
morreu a burra no pasto:
- quem pensa não quer casar,
depois chora o tempo gasto.