FERNANDO BURLAMAQUI nasceu em Recife, em 11 de outubro de 1898, filho de Manoel do Nascimento C. Burlamaqui e Adelaide Barbalho Burlamaqui. Foi morador do aptº 101, na Av. Conselheiro Aguiar, 1350, Boa Viagem, em Recife e também da Rua Castro Leão, 123, bairro Madalena. Lançou vários livros, entre eles, "Trovas e Trovadores", em 1974.
A vida é divina graça
mas para honrá-la é mister
não o mal que não se faça,
mas o bem que se fizer.
Contemplar, risonha, a face (Venc. Juiz de Fora 1962)
de uma criança contente,
é como se o céu cantasse
para a ternura da gente.
Que o mundo melhor se faça,
ante o símbolo profundo,
do mar que, eterno, entrelaça
os mil caminhos do mundo.
Olhai, mulheres mesquinhas,
este exemplo, esta lição:
- Um galo e vinte galinhas
na mais perfeita união!
Da vida, em luta renhida,
não há quem sonhos não traga.
No entanto, a chama da Vida,
um sopro, às vezes, apaga.
Liberdade! A ti, num preito,
o teu nome exalto e louvo.
- És o mais nobre direito
entre os direitos de um povo!
Bondade - virtude ou crença -
- é como a mangueira antiga,
que dá sua sombra amiga,
sem esperar recompensa.
O amor, tal como eu o vejo,
- alma e carne, espinho e flor -
há de ser mais que Desejo,
para, então, ser mesmo Amor!
Coração! - joia bem cara,
a vibrar dentro do peito...
Relógio que quando para
não há doutor que dê jeito!...
A mulher que é graça e encanto,
estranho poder revela:
- parece fraca, entretanto,
gira o mundo em torno dela...
Acho uma triste ironia
essa que o povo te faz:
- chamar de fácil, Maria,
a tua vida sem paz.
Da Paróquia o movimento
mostra estranhos resultados:
- um ou outro casamento,
porém muitos batizados...