IV Jogos Florais de Bandeirantes 1980

IV JOGOS FLORAIS DE BANDEIRANTES/PR = 1980
(COMISSÃO JULGADORA: Adalberto Dutra de Rezende, Ananias Martins, Alice Bonfim Metring, Ivan Demétrio, Maria José Fernandes Romeu, Eunice Sesso Biaggi, Maria Calil Zambon, Walfrido Berthier Martins e Maria da Luz Pereira Pedroso)

PREFEITO: JOSÉ FERNANDES DA SILVA

TEMA LÍRICO / FILOSÓFICO = “LAMENTO"

TROVAS VENCEDORAS:

1º lugar:
Não dou ouvido ao lamento
e não escondo o porquê:
tudo, na vida, é um momento
- e o meu momento é você...
OCTÁVIO BABO FILHO – RIO DE JANEIRO

2º lugar:
Não lamento quem me cansa
com tantas queixas que inventa
- lamento a desesperança
de quem nem mais se lamenta...
JOSÉ CARLOS DE LERY GUIMARÃES – JUIZ DE FORA

3 º lugar:
Lamento, ao fim dos meus dias,
minha ilusão destroçada,
a vida sem alegrias
 e as mãos tão cheias de nada...
NYDIA IAGGI MARTINS – NOVA FRIBURGO
 

4 º lugar:
Quando eu partir desta vida,
ninguém lamente o meu fim...
mais triste do que a partida
é alguém chorando por mim!
P. DE PETRUS - RIO DE JANEIRO

5 º lugar:
Neste mundo represento
a minha comédia louca...
quantas vezes é lamento
o riso da minha boca.
JUDITE C. DA SILVA – PATOS DE MINAS

6 º lugar:
Quando escondo o meu lamento,
fingindo que sou ditoso,
sem querer, ante o tormento,
cai-me o pranto... de teimoso!
GERALDO P. DE MORAES – SÃO PAULO

7 º lugar:
Chora baixo o teu lamento,
no teu silêncio, trancado:
quem divide sofrimento
quer vê-lo multiplicado!
EUGÊNIA M. RODRIGUES – RIO NOVO

8 º lugar:
Toda lágrima gerada
pela dor de um sofrimento
tem a imagem figurada
da tristeza de um lamento...
NEY DAMASCENO - RIO DE JANEIRO

9 º lugar:
Velho trem, triste e rangente,
o horizonte é o teu estojo:
quanta esperança, na frente; 
quantos lamentos no bojo...
MÁRIO PEIXOTO - RIO DE JANEIRO

10 º lugar:
Tantos lamentos fingidos
na boca dos opulentos...
e na alma dos oprimidos,
quantas dores sem lamentos!...
JOSÉ MARIA MACHADO DE ARAÚJO - RIO DE JANEIRO

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TEMA HUMORÍSTICO = “GRILO”

TROVAS VENCEDORAS:

1 º lugar:
A grilinha, toda ardida,
murmurava, num queixume:
- Nunca mais, na minha vida,
vou namorar vagalume...
MÁRIO PEIXOTO - RIO DE JANEIRO

2 º lugar:
Responde o esposo, tranqüilo,
à esposa, um tanto “grilada”:
- eu estou caçando um grilo
no quartinho da empregada!
P. DE PETRUS - RIO DE JANEIRO

3 º lugar:
A traça – ao macho grilado,
diz, com censura e ironia:
- deixa esse livro, ó tarado,
que só tem pornografia!...
P. DE PETRUS - RIO DE JANEIRO

4 º lugar:
Um grilo bate-lhe à porta,
muito nervoso, intranqüilo,
e a grila atende e o conforta:
- Pode entrar que não tem grilo!
NEY DAMASCENO - RIO DE JANEIRO

5 º lugar:
O grilo se emocionou
quando, com voz embargada,
a grila lhe revelou:
- eu acho que estou grilada!...
NEY DAMASCENO - RIO DE JANEIRO

6 º lugar:
Voltando ao lar, o Macário
ouviu grilo diferente:
0 cri-cri, dentro do armário,
tinha sotaque de gente...
WALDIR NEVES - RIO DE JANEIRO

7 º lugar:
Desconfiado, o Cesário,
contrariando o próprio estilo,
encontrou dentro do armário
toda a razão de seu “grilo”...
MILTON NUNES LOUREIRO - NITERÓI

8 º lugar:
Eu grilado, me concentro
no “decote” da Isidora...
- o que ficava por dentro
“vive” do lado de fora!...
P. DE PETRUS - RIO DE JANEIRO

9 º lugar:
Coitada da Risoleta,
anda triste por aí...
deu um “grilo” na proveta,
e o bebê só faz: cri-cri!
ELTON CARVALHO - RIO DE JANEIRO

10 º lugar:
Com seu fatigante estilo
e a estridente voz que enfoca,
minha sogra é qual um grilo
cujo trilo: - é só fofoca...
GERALDO P. DE MORAES – SÃO PAULO