O Cara!

                                    IZO GOLDMAN: O CARA!  (tributo a um dos maiores guerreiros que a Trova Brasileira já teve, falecido em 12.07.2013)
                                                                                                        (texto de José Ouverney)
 

     A Trova está viúva.  O exército de irmãos sofre uma de suas maiores baixas.  A UBT  veste luto.
     Quem morreu não foi um Izo Goldman apenas. Foram dois.  Havia o guerreiro, que cobrava, exigia, determinava, trombava, indicava os caminhos.  E havia o amigo, o irmão, que sabia abraçar, beijar, doar, chorar junto.

     Sou um dos privilegiados que conseguiram conhecer os dois.  E ambos me fizeram crescer.  E, assim como eu, quantos!  Desafetos?  Qual guerreiro não os tem?  Já se dizia, com muita precisão, que, para ter inimigos, basta ser franco.

     Izo, você foi grande, cara.  Você foi o cara!  Doravante, toda vez que eu soltar meu canto, hei de me lembrar de um trecho daquela sua trova:  "quando eu canto, é a saudade que faz a segunda voz".  E esta saudade sempre terá um nome:  IZO!

          IZO  É  ISSO!

Falar em Trova é sempre delicado:
requer amor, conhecimento, siso,
talento e obstinação que - eu ajuízo -
só o tem quem já nasceu predestinado.

Falar em Izo... bem, falar em Izo
é como converter Trova ao quadrado;
é repetir o acima propalado,
quanto puder e o quanto for preciso.

Izo não é sinônimo, somente,
de Trova: Izo é a metáfora latente
em cada novo verso que se lê;

suprema doação de vida inteira,
seu nome, no Brasil, virou bandeira
e escudo da "República UBT"!