TROVADORES BRASILEIROS DA ATUALIDADE
Edições Caravela
1985
ORLANDO BRITO
Em 03/11/04, fiz a seguinte trova, referindo-me ao dia 30/10/04, quando faleceu o José Maria e aniversariava Sérgio Bernardo:
2501
Em trinta de outubro, dia,
para mim, "Dia do Bardo",
faleceu José Maria,
mas nasceu Sérgio Bernardo!
Agora, em 21/08/10, quando soube do falecimento do Orlando Brito, resolvi fazer a seguinte trova:
3228
E eu que, num 20 de agosto,
soltei o primeiro grito,
num 21, tenho o desgosto
da morte do Orlando Brito...
... muito embora eu não me compare, nem de longe, com José Maria, Orlando Brito e Sérgio Bernardo!
Lembrei-me de que o Orlando Brito participou do livro epigrafado, onde, entre outros, também estávamos Antônio Juraci Siqueira, Pedro Ornellas e eu.
Eis o pequeno currículo que o Orlando Brito redigiu para si:
“Orlando Brito nasceu em Niterói, em 27/11/1927. Residiu no Rio e em São Paulo, onde exerceu o jornalismo e outras atividades ligadas ao comércio. Publicou ‘Lua de Sonho’ (trovas), em 1958; ‘Cantigas de Ninar Tristezas’ (trovas), em 1962. Vitorioso em vários Jogos Florais e Concursos de Trovas. Reside atualmente em São Luís do Maranhão. É diretor-secretário da FEBET (Federação Brasileira de Entidades Trovistas).”
Seguem 34 trovas, entre as quais seleciono:
1
“Coveiro, choremos juntos
nossos destinos tristonhos.
Pior que enterrar defuntos
é ser coveiro de sonhos...
2
No porto dos meus anseios
esperanças são navios,
que de manhã partem cheios
e à tarde voltam vazios...
3
Duas lindas borboletas
persigo, em nossos idílios:
- as tuas pupilas pretas,
batendo as asas dos cílios...
4
Quando ela vem, com seu jeito
de lírio esbelto e bizarro,
meu coração vai no peito
tomando a forma de um jarro...
5
- Vê, querida: entre as cantigas
dos filhos em algazarras,
nós somos duas formigas
numa casa de cigarras...
6
A mulher sempre é mais pura,
mais bonita e mais completa,
quando a ponho na moldura
dos meus olhos de poeta.
7
Com falsas glórias terrenas,
Senhor, jamais me iludi.
Somos lâmpadas apenas,
pois a luz nos vem de Ti.
8
Passou... Bonita de fato!
E o mar, ao vê-la tão bela,
sentiu não ser um regato
para correr atrás dela.
9
É da luz que o sol envia
que nasce o brilho da lua.
Assim é minha alegria,
depende sempre da tua...
10
Parreira de uvas douradas
que Deus plantou nas alturas
pendem do céu, nas ramadas,
cachos de estrelas maduras.”
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Postado em 24.08.2010 por José Fabiano (Colunas & Colunistas - www.falandodetrova.com.br)