OS TEMAS DAS TROVAS
(texto de Thereza Costa Val, da UBT Belo Horizonte, para www.falandodetrova.com.br)
Quero abordar aqui uma idéia que já defendi anteriormente, no Boletim Nacional. Trata-se de um pensamento meu, que muito me incomoda. Pode ser que apenas eu pense no assunto, talvez por ser implicante, quem sabe...
O tema que quero tratar é sobre... os temas das trovas. A UBT abre dezenas de concursos por ano, através de suas diversas Seções. Quem tem por hábito concorrer, tem conhecimento do que vou dizer. Falo das repetições constantes dos temas das trovas. Muitas vezes, mal terminou um concurso, o tema dado aparece em outro que vem em seguida. Não raro também há a coincidência de dois concursos abordarem o mesmo tema. Essa repetição acontece porque são escolhidos temas batidos e rebatidos. É claro que os temas podem ser repetidos, pois não há nada que impeça isso. Se formos dar uma investigada na história dos concursos, vamos concluir que alguns temas líricos já foram e voltaram dezenas de vezes. Nem é preciso citar quais são. Com certeza, eles ainda irão rodar muitas outras vezes, fato tão verdadeiro quanto dois mais dois são quatro. Não é sobre isso que me insurjo. Apenas acho que deveria ser dado um tempo maior entre um concurso e outro com o mesmo tema. Se um tema é bonito, ele favorece a criação de trovas bonitas, é lógico. E muitas trovas se tornam antológicas, por seus achados, pela novidade da abordagem, gravadas para sempre em nossa memória, sendo constantemente citadas. Isso é muito bom, pois eleva a trova ao pedestal que desejamos. Mas, se há tantas expressões bonitas, significativas, que possibilitam novos enfoques, abrem um mundo de idéias para a criação, por que não usá-las? Nosso idioma é rico, grandioso, fantástico! Qualquer palavra bem escolhida pode ser usada como tema e fazer com que o Trovador mergulhe em seu significado ou seus significados e comprove a sua criatividade. Vamos pensar nisso?