Francisco José Pessoa

Imagem removida.    Francisco José Pessoa de Andrade Reis,  filho de Clovis de Matos Reis e de Maria Núbia Pessoa de Andrade Reis, nascido em 21/07/1949.   Formado pela Faculdade de Medicina da UFC, pós graduado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
                       TRABALHOS PUBLICADOS:
Participação em coletâneas: Prêmio de Literatura UNIFOR-2009 -Crônicas
Pérgula Literária VII - Editora Valença
Rio Grande Trovador - Coletânea de Trovas
De Pessoa pra Pessoa - Editora Litteris
Anais do XXII Congresso Brasileiro de Médicos Escritores
Antologias Sobrames-Ceará
Outras Revistas literárias

     Francisco José Pessoa, poeta de ilimitados recursos, faleceu em Fortaleza, no dia 03.12.2020.

----------------------------------------------

São Francisco, te amo tanto!
Temos algo igual porém:
estou longe de ser santo
mas sou Francisco também!

Os gritos de liberdade
abafados por censuras,
viram ecos de piedade
nos porões das ditaduras.

Nos trigais do sentimento
que contra o vento eu transponho,
cozi o pão sem fermento
no forno quente de um sonho.

Todo indivíduo que é tolo
mas que de sábio se arvora,
é tal um pão sem miolo...
só tem a casca por fora!

Quantos banquetes regados
a vinho, trufa e salmão...
quantos irmãos relegados
sem água, sem luz, sem pão!

Aquele pé de carvalho
plantado em minha lembrança,
cintila gotas de orvalho
quando me vejo criança.

O nosso amor passageiro
tal orvalho evaporou...
nasceu e morreu ligeiro,
que nem saudade deixou.

Mesmo que lhe desagrade,
dentre os sabores prefira
o amargo de uma verdade
ao doce de uma mentira.

Minhas lágrimas vertidas
por entre dobras de rugas,        (2º lugar Maranguape 2008)
são saudades incontidas
do meu passado... são fugas!

Saudade é o tempo guardado      (3º lugar Maranguape 2008)
dento do peito da gente...
Nó que se dá, no passado,
e se desfaz no presente.

 Soluça vazia, a rede,
o armador emudeceu,
marcas de pé, na parede,
choram tanto quanto eu!...
 
Por mais que em ti não pensasse
uma lágrima escorria,
irrigando a minha face,
onde eu plantei nostalgia. 
 
O ter e perder, a dor,
que no meu peito fez ninho,
me acompanha aonde eu for,
embora estando sozinho.

Quem faz da vida um disfarce
e finge viver a esmo,
de tudo pode safar-se
mas não engana a si mesmo!
 
Sem disfarce, sem retoque,
vou vivendo a vida assim...
pedindo a Deus que coloque
beleza dentro de mim!

Eis o grande desafio
para quem se diz cristão:
ter que dizer, renuncio,
em favor de um outro irmão!
 
A cobiça sendo um vício
e a renúncia salutar,
nosso menor sacrifício
é saber renunciar. 

O meu amor quis safar-se
de mim, então me escondi;
de rosa era seu disfarce...
fui, sorrateiro, e a colhi!

Eis o grande desafio
para quem se diz cristão:
ter que dizer, renuncio,
em favor de um outro irmão!

O sentimento de culpa
se esconde na consciencia
de quem fere e se desculpa
a suplicar inocência.

O silêncio que guardei
junto a ti no pé do altar,
foi por causa que jurei
para ti nunca jurar.

No convívio conjugal não há casal que se aprume quando vira temporal o chuvisco do ciúme.   Toda colheita contém uma lição de moral: quem planta o bem colhe o bem; quem planta o mal colhe o mal. =========================
ALGUMAS HUMORÍSTICAS

Homem com muitos trejeitos,
mulher com muita feiúra
para mim são dois defeitos
que nem com reza tem cura!

De costas, nua, atraente,
vendo o retrato, gamei!
Vi outra foto de frente
decepção...era um “gay”.

Da minha sogra, o retrato,
eu pendurei na cozinha...
espantou tudo que é rato
e barata francesinha.

Nos quatro dias de momo
ante tanta bebedeira,
eu estarei, não sei como,
quando chegar quarta-feira!

Boneca de carne e osso
teu rebolado sensual,
ainda me quebra o pescoço
ou faz-me estátua de sal!

À minha mulher confesso:
-- Na atual encarnação,
para apressar teu progresso
sou a tua expiação!