XII JOGOS FLORAIS DE PORTO ALEGRE (RS) – 1993
ÂMBITO NACIONAL Tema: LAÇO (L/F)
VENCEDORES
1º lugar: Cyrlea Neves (Nova Friburgo/RJ)
Quando os meus sonhos repasso,
a lembrar, distante, a infância,
a saudade aperta o laço
para encurtar a distância!...
2º lugar: Heloísa Zanconato Pinto (Juiz de Fora/MG)
A transfusão de ternura
vertida em seios maternos,
tem a mágica ventura
de selar laços eternos!
3º lugar: Pedro Ornellas (São Paulo/SP)
Lembrando tropas de antanho,
enrodilhando num prego,
meu laço tem o tamanho
da saudade que eu carrego!
4º lugar: Sérgio Bernardo (Nova Friburgo/RJ)
Cavalgando a tarde baia,
com galopes pelo espaço,
o dia é peão que ensaia
prender o sol no seu laço.
5º lugar: Zaé Júnior (São Paulo/SP)
Sem fronteiras, num só laço,
os homens serão felizes,
pois a Terra, lá do espaço,
não se divide em países!
MENÇÕES HONROSAS
Antônio de Oliveira (Santo André/SP)
Dai, Senhor, que o mundo entenda
o amor, a paz e a unidade,
e que um homem só se prenda
aos laços da liberdade!
Edmar Japiassu Maia (Rio de Janeiro/RJ)
Num galope, rompo o espaço
do sonho que fantasio,
nas ilusões jogo o laço...
e o laço volta vazio!
Heloísa Zanconato Pinto (Juiz de Fora/MG)
Na vida, faço e desfaço
duras medidas sem medo,
porque no ajuste do laço
é Deus quem me empresta o dedo!
Marina Bruna (São Paulo/SP)
Sem aliança no dedo,
sem altar, sem certidão,
quanto amor vive em segredo
com laços no coração!
Mildes Campanário (Santos/SP)
Das coisas que fiz e faço
o que me orgulha de fato,
foi dar meu primeiro laço
no cadarço do sapato!
MENÇÕES ESPECIAIS
Aloísio Alfredo Silva (Juiz de Fora/RJ)
Desata a mediocridade
dos laços das convenções.
A diferença de idade
não separa os corações.
Orlando Brito (São Luiz/MA)
Quando me jogas o laço
desse olhar que me seduz,
fico sem dar mais um passo,
preso em rodilhas de luz...
Pedro Ornellas (São Paulo/SP)
Unidos pela procura
de caminhos semelhantes
são os laços da cultura
que irmanam pátrias distantes!
Pedro Ornellas (São Paulo/SP)
Na vida, estranha coxilha,
zombando do meu fracasso,
felicidade é novilha
mais ligeira que o meu laço!
Waldir Neves (Rio de Janeiro/RJ)
Armado pela Ternura,
que estranho laço é a saudade...
- Prende a gente com doçura
e aperta... barbaridade...
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ÂMBITO NACIONAL Tema: SUFOCO (Humorísticas)
VENCEDORES
1º lugar: Edmar Japiassu Maia (Rio de Janeiro/RJ)
Ao noivo mergulhador
cuja vida é o mar profundo,
diz, sufocada de amor,
- Meu bem, respira e... vai fundo!
2º lugar: Izo Goldman (São Paulo/SP)
Pergunta, meio “apertado”:
- O banheiro onde é que fica?
E que sufoco danado,
enquanto o “gaguinho”... explica...
3º lugar: Izo Goldman (São Paulo/SP)
Quase morro asfixiado
naquele armário embutido!!!
Dentro um sufoco danado...
Fora, um danado marido!!!
4º lugar: Maria Nascimento Santos Carvalho (Rio de Janeiro/RJ)
Na feira hippie, o sufoco
se deu quando um gay bizarro,
trocou seu santo barroco
por um pintinho de barro...
5º lugar: Therezinha Dieguez Brisolla (São Paulo/SP)
Deita e fala em natação!
A esposa, recém-casada,
num sufoco espera em vão...
e o marido... nada... nada...
MENÇÕES HONROSAS
Antônio Colavite Filho (Santo André/SP)
Sufoco teve o enforcado
que, em nervos, pôs-se a gritar:
- Não façam laço apertado,
que pode faltar-me o ar...
Élzio Barbosa de Alencar (Bueno Brandão/MG)
O velhinho, réu sem medo,
do sufoco sai-se bem:
- Mentira, Doutor, o dedo
não engravida ninguém.
José Maria Machado de Araújo (Rio de Janeiro/RJ)
Quando o marido enganado
pegou-os no “flagra”, o Ney
num sufoco desgraçado
jurou até que era “gay”!...
Sérgio Ferraz dos Santos (Nova Friburgo/RJ)
Vendo o brotinho passar,
fica o velhinho na espreita...
Que sufoco pra chegar!
Mais sufoco se ela aceita...
Therezinha Dieguez Brisolla (São Paulo/SP)
Não houve pancadaria
nem sufoco na paquera...
“Sou homem”, disse a Maria.
Ainda bem que o Zé... não era!
MENÇÕES ESPECIAIS
Antônio Carlos Teixeira Pinto (Niterói/RJ)
Com quantos paus, finalmente,
faz-se a canoa? - Ora essa,
no sufoco muita gente
com um só... faz coisa à beça!
Hilton Vargas (Niterói/RJ)
Foi um sufoco e o Vitório
até hoje ainda protesta:
- Bebeu demais no casório
e o vizinho... fez a festa.
Maria Dolores Paixão Lopes (Belo Horizonte/MG)
Sendo a cara do vizinho,
no sufoco, a mãe exclama:
“Vejam só esse pezinho!...
É do pai, ninguém se engana!!!”
Sebas Sundfeld (Tambaú/SP)
No grand-prix da temporada,
deu sufoco divertido:
- Ela, pronta pra largada...
- Ele, de motor fundido!!!
Sérgio Bernardo (Nova Friburgo/RJ)
Ao meter no basculante
seus cem quilos de ousadia,
que sufoco o do assaltante:
- não entrava... nem saía!
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ÂMBITO ESTADUAL (RS) Tema: FEITIÇO (L/F)
VENCEDORES
1º lugar: Conrado da Rosa (Porto Alegre)
Não sofri ao ser liberto
do teu feitiço, querida,
porque Deus escreve certo
nas linhas tortas da vida.
2º lugar: Delcy Canalles (Porto Alegre)
No mar bravo e enfeitiçado
do meu ego mais profundo,
tento afogar, assustado,
os tubarões do meu mundo!
3º lugar: Delcy Canalles (Porto Alegre)
Eu sou senhora das horas
de encantamentos sem fim...
e o feitiço das auroras
pinta aquarelas em mim!
4º lugar: Giseli Bueno Pinto (Porto Alegre)
Feitiço, encanto, magia,
tem de tudo este país.
Só não tem o que eu queria:
Um povo alegre e feliz.
5º lugar: Delcy Canalles (Porto Alegre)
Em meu mar, o sol se pondo
em feitiço se agiganta,
de emoção choro e respondo
numa lágrima que canta!
MENÇÕES HONROSAS
Doralice Gomes da Rosa (Porto Alegre)
Esses teus olhos brilhantes
que um dia me enfeitiçaram
são dois perfeitos diamantes
que as mãos de Deus lapidaram.
Luiz Machado Stábile (Uruguaiana)
Eu duvidei, na verdade,
de tudo quanto afirmaste,
mas hoje, nesta saudade,
sinto que me enfeitiçaste.
Marlê Beatriz Araújo (Viamão)
Feitiço é esse teu jeito
de encantar, de seduzir...
De plantar o amor perfeito
sempre em tempo de florir...
Milton Sebastião de Souza (Porto Alegre)
Aquele amor muito louco
que em paixão nos envolveu
foi feitiço, durou pouco,
perdeu o efeito... e morreu.
Wilma Mello Cavalheiro (Porto Alegre)
Se é feitiço ou se é magia,
não sei, nem quero saber,
só sei que virou mania
este amor que é o meu viver.
MENÇÕES ESPECIAIS
Delcy Canalles (Porto Alegre)
Não te demores, meu filho,
- Feitiço da minha vida -
pois a noite sem teu brilho
se torna bem mais comprida!
Luiz Machado Stábile (Uruguaiana)
Eu sinto que este chamego
por ti é mais do que isso;
é mais do que amor e chego
a crer que é puro feitiço.
Maria Dornelles (Porto Alegre)
Seja verdade ou mentira,
sempre o que importa é o matiz
do feitiço em que se inspira
o jeito de ser feliz.
Maria Dornelles (Porto Alegre)
Olhando para o passado,
desde o ponto de partida,
vejo um trajeto abençoado
pelo feitiço da vida.
Wilma Mello Cavalheiro (Porto Alegre)
Quando a paixão se agiganta,
tão feiticeira e felina,
cala-se a voz na garganta
e só o prazer nos domina.
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ÂMBITO ESTADUAL (RS) Tema: GEMIDO (Humorísticas)
VENCEDORES
1º lugar: Conrado da Rosa (Porto Alegre)
Depois de tanto gemido,
sem saber mais quem é quem,
a cama sem um rangido
consegue dormir também.
2º lugar: Doralice Gomes da Rosa (Porto Alegre)
O velhinho magro e fraco
junto à mesa de bilhar,
gemendo segura o taco
sem poder encaçapar.
3º lugar: Flávio Roberto Stefani (Porto Alegre)
O motel está falido
porque o dono, sem malícia,
ao ouvir qualquer gemido,
telefona pra polícia...
4º lugar: Flávio Roberto Stefani (Porto Alegre)
Se a “gorda” está por chegar,
já se encolhe a cadeirinha;
bem antes dela sentar
começar a gemer sozinha...
5º lugar: Gislaine Canalles (Porto Alegre)
O brigadiano velhinho
gemia e quase chorava,
quando a velha, de mansinho,
seu cacetete... lustrava!
MENÇÕES HONROSAS
Doralice Gomes da Rosa (Porto Alegre)
A solteirona quebrava
seu jejum sem um gemido
e em delírios murmurava:
“Oh, quanto tempo perdido!”
Maria Dornelles (Porto Alegre)
Divisória de madeira
muitos segredos desvenda,
desde a cama rangedeira
até o gemido da prenda.
Milton Sebastião de Souza (Porto Alegre)
Sempre que trepida o amor,
brotam gemidos sem fim.
Se gemido fosse flor
motel seria jardim.
Wilma Mello Cavalheiro (Porto Alegre)
Geme tanto a esposa amada,
que o marido, contrafeito,
mente à vizinha alarmada
que a mulher sofre do peito...
Wilma Mello Cavalheiro (Porto Alegre)
“Só gemo por frustração”,
diz a galinha em seus ais;
“pois meu galo 'tão brigão'
não canta... nem cisca mais...”
MENÇÕES ESPECIAIS
Conrado da Rosa (Porto Alegre)
O vovô muito assanhado
não dorme sem um xodó...
gemendo, o velho safado
não dá sossego à vovó.
Delcy Canalles (Porto Alegre)
Gemia o seu Fortunato,
eu que o conheço, que o diga,
tentando atar o sapato
no outro lado da barriga!
Eloy Maria de Oliveira Fardo (Caxias do Sul)
Já livre da catarata,
virando a casa do avesso:
“Abra o quarto, sua ingrata,
esse gemido eu conheço!...”
Gislaine Canalles (Porto Alegre)
Um gemido de dar medo,
eu ouvi... que coisa estranha!
Cravou o espeto no dedo,
em vez de ser na picanha!
Marlê Beatriz Araújo (Viamão)
Morreu de braço esticado,
gemendo pelo atrapalho
o canibal esfomeado
que devorou o espantalho!
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NOTA: CRÉDITO DESTA MATÉRIA AO PROF. PEDRO MELLO, DA UBT SÃO PAULO