OURO E PRATA
Ao meio-dia, luzes iriais...
O Rio Itamambuca, um peregrino,
Chegando à praia, vê no seu destino
As desdobradas rendas madrigais.
São ondulantes ondas festivais
Que, à chegada do lépido menino,
Vão espraiando as águas num divino
E intenso abraço: bênçãos celestiais.
E no sopé da serra o véu de espumas,
Flutuantes à luz das alvas plumas,
Recebe o rio vindo lá da mata.
Mar e Rio misturam suas águas
E ficam a chorar as suas mágoas
Num rebrilhar infindo de ouro e prata.
-------------Anamaria 15/03/2007-------------------
ITAMAMBUCA
Queres um clima, sonho e fantasia?
Vinde ao céu! Aqui Deus contempla o mar
E à noite acende estrelas ao luar
Em perfumados véus de maresia.
Eu fecho os olhos, ouço a sinfonia
Do mar revolto em vaga a espanejar.
Eu ouço as cachoeiras despejar
Lá dos cimos seus jatos de euforia.
De manhã, sol raiando na vidraça,
O rio não tem pressa e até faz graça
A se exibir entre o oceano e a terra.
Se a dura realidade nos machuca,
O alívio mora aqui na Itamambuca,
Nas verdes frondes no sopé da Serra!
---------------Anamaria 16/03/2007---------------------
POEMA DO OCEANO
(sobre poema de Walt Whitman)
Na ponte dos navios, pleno mar,
As músicas das ondas imperiais,
Sob o soprar dos ventos joviais,
Entoam as canções de algum lugar.
Prosseguem sob a luz a espanejar
Outras ondas em giros magistrais,
No convés, sob fortes vendavais,
Assobiam gemidos de assombrar.
O azul se expande em toda direção,
Sem limites, e eu sinto a pulsação
Refluir e afluir num movimento
Sem fim, tons de mistério nunca visto,
Panorama infinito onde eu existo
No mundo do meu salso pensamento.
------------Anamaria 17/03/2007--------------