Lilian Maial

                 FEBRE

A boca anseia a carne delirante
que os beijos desses lábios torneados
lambuzam de sabores variados
o mel que escorre em fio inebriante.

Meu homem, meu amigo, meu amante,
é doce ver-te em versos derramados,
sorrindo com os olhinhos marejados,
feliz de tanto amor, apaixonante!

Que venham as tormentas e procelas,
em nosso leito, branda luz de velas,
a iluminar os corpos de candura.

Trêmula, num sussurro, a nossa chama,
incendiando a paz da nossa cama,
a febre desse amor não tem mais cura!