ELISABETH SOUZA CRUZ,
poeta/trovadora, além de prosadora, além de cronista/contista de muito talento, nascida em Nova Friburgo no dia 07 de outubro, ingressou na UBT de Nova Friburgo por volta do ano 2000, levada pelas mãos dos Magníficos trovadores Octávio Venturelli e Aloísio Alves da Costa. Desde então, seu trabalho em prol da Trova vem num crescendo, presente em todas as frentes de trabalho. Atualmente é presidente da seção da UBT de Nova Friburgo. Simpática, educada, bem-humorada ,persistente e extremamente carismática, não há porta que não se escancare ao seu "abracadabra".
Paralelamente à função de presidente da UBT de Nova Friburgo, comanda o programa da União Brasileira de Trovadores na Difusora AM da cidade, nos sábados, das 20 às 20,30h. Formada em jornalismo, lançou os livros: Do Tanque ao Jornalismo-2013 e Vamos Caçar Cometas-2016 (ambos de contos). Tudo isso faz de Elisabeth Souza Cruz, em pleno 2018, um dos nomes mais importantes da Trova literária brasileira em todos os tempos.
Declarar-me não me atrevo,
com palavras mais ousadas...
E assim os versos que escrevo
são propostas camufladas!...
Qualquer que seja o motivo
que a razão nos tente impor,
não se passa o corretivo
quando um erro é por amor!
Se o teu amor foi miragem
no deserto da paixão,
que importa... me deu passagem
para o oásis da ilusão.
Do nosso amor resta o embate (1º lugar Conc. Munic. Friburgo 2010)
neste deserto onde eu morro,
pois teu regresso é o resgate
que não chega em meu socorro!
Eu não me prendo à verdade
e à razão sempre me imponho, (Vencedora Cantagalo 2010)
porque toda a realidade
antes de tudo foi sonho!
Sendo a voz de toda gente, (Vencedora Belo Horizonte 2010)
a Imprensa firme não cala
e quanto mais coerente
bem mais forte é a sua fala!
Pouco importa que tu venhas (4º lugar Conc. Munic. Friburgo 2008)
apressado, em teu fulgor,
pois trazes contigo as senhas
para os feitiços do amor!
Nosso amor chegou no estágio (Menção Especial Niterói - 2006)
de pouca briga e... eu pressinto
que esse marasmo é presságio
de amor... que está quase extinto!
Essa renúncia inimiga
que diz não, se eu quero sim, (Menção Honrosa Niterói - 2004)
é uma voz fazendo intriga
quando responde por mim!
É tão forte a intensidade (2º lugar Conc. Munic. Friburgo 2003)
das loucuras da paixão,
que no amor a insanidade
é o que eu chamo de razão.
É surpresa repetida,
surpresa mesmo... e bendigo
cada instante em minha vida
me repetindo contigo!
Nem mesmo a ilusão remenda,
com seus fios de saudade,
os velhos sonhos de renda
que eu teci na mocidade!
No desfile à fantasia,
de um carnaval de ilusão,
a saudade é a alegoria
que enfeita meu coração!
Minha saudade é um desvio
que a solidão me propõe
para fugir do vazio
que a tua ausência me impõe!
Bebo lembranças em tragos,
ao ponto da embriaguez,
para curar os estragos
que a tua ausência me fez!
Feito internauta voraz,
tu clicas minha paixão,
e eu não sou sequer capaz
de deletar a intenção!
Se não pode ser de verdade
esse amor mais que tardio,
que seja felicidade
na ilusão de um desvario!
Tu me propões cessar fogo
e eu te proponho atiçar,
porque o nosso amor é um jogo
que é fogo de se apagar!
Em nosso amor conflitante
as dimensões são iguais:
- tanto faz, perto ou distante,
é sempre longe demais!
Recuso o amor, mas por mim,
do fundo do coração,
diria mil vezes sim,
sem dar ouvido à razão!
Orgulho bobo... vaidade,
capricho do amor sobejo...
Eu morrendo de saudade,
fingir que não te desejo!
Não tenho arrependimento
nesta paixão reprimida...
foste a ilusão de um momento
que valeu por toda a vida!
Não me assusta o breu da estrada
se a tristeza não transponho,
porque há sempre uma alvorada
na alegria do meu sonho.
Nem o nosso amor desfeito
vai me tirar a alegria...
Tenho as lembranças no peito
e refaço a fantasia!
Eu sou guerreira e não nego
meu instinto lutador,
mas renuncio e me entrego
se a luta for por amor!
Deixo a roça na estação,
trouxe os sonhos na bagagem,
mas a cidade é a impressão
de que eu perdi a viagem!
Vivo em constante conflito
entre o delírio e a razão:
- Meu sonho alcança o infinito,
meus pés... tropeçam no chão!
HUMORÍSTICAS
Panela que não apita
é porque não dá pressão (2º lugar em Nova Friburgo, âmbito local - 2012)
e mulher quando se agita
tem fogo no caldeirão!
Pula o muro o Ricardão,
fura a calça na passagem... (MH Rio de Janeiro 2010)
E o furo, na confusão,
foi furo de reportagem!
Lá na praça do Suspiro, (MH Munic. Nova Friburgo 2009)
o vovô, todo em genérico:
-Eu tento, assanho e transpiro,
mas quem sobe é o Teleférico!
Cabelo é um negócio louco... (MH Conc. Munic. Friburgo 2008)
Há divergências fatais:
- Na cabeça, um fio é pouco;
mas... na sopa... ele é demais!!!
O vizinho era careca,
e a esposa fez o alarido, (MH Conc. Munic. Friburgo 2008)
pois, grudado na cueca,
tinha um cabelo comprido!!!
Tem mulher que vai ao bar
tomar uma caipirinha...
No fundo ela vai tomar
é conta de uma vizinha!