ZAÍRA TRIBST, que lecionou por mais de cinquenta anos em Varginha, onde era radicada, nasceu em Brasópolis, pequenina e bucólica cidade localizada bem ao Sul de Minas Gerais. Em 1974 recebeu o título de "Cidadã Varginhense" e, em 1998, uma Placa de Prata, por relevantes serviços prestados ao município.
Teu amor, raro perfume,
quanto, ai! quanto me custou!
Foi-se o frasco num queixume,
mas a fragrância ficou.
A mágoa que, involuntária,
certo dia, te causei,
manifestou-se contrária:
- mais que a ti, me magoei.
Ah! Destino, quem te peia,
quem te consegue torcer?
- Aranha que faz a teia,
onde o inseto vai morrer...
O teu amor, doce anelo,
era a fortuna que eu tinha.
Desmoronou-se o castelo...
- Ai! Como sou pobrezinha!
Sentimos do fel os travos,
porque, afinal, transformamos
em recíprocos agravos
carinhos que nos negamos...
É falsa minha alegria,
fingida, minha existência:
engana-se quem se fia
nesta ditosa aparência.
A própria rocha se fende,
cede ao rio seu caminho!
- Só tua alma não se rende
à ternura de um carinho...